Relatório da CPTM estima custo de R$ 4,5 bilhões para operação da Supervia RJ em 60 meses

Estudos apontam por ações emergenciais para a estabilização da ferrovia. Investimentos de R$ 619,9 milhões serão divididos em melhorias nas vias, sinalização e sistemas de energia
Operação da Supervia tem custo estimado em R$ 4,5 bilhões (Henrique Freire)
Operação da Supervia tem custo estimado em R$ 4,5 bilhões (Henrique Freire)

A CPTM, operadora ferroviária paulista, concluiu a produção dos relatórios técnicos e operacionais para recuperar a operação e manutenção do sistema de trens urbanos do Rio de Janeiro, hoje sob responsabilidade da concessionária Supervia. O site obteve acesso às informações com exclusividade.

O relatório, que é dividido em três tomos, detalha que, no cenário de maior demanda, o custo operacional do Sistema Ferroviário do Rio de Janeiro (SFRJ) seria de R$ 4,5 bilhões ao longo de 5 anos. Abaixo estarão expostos os principais custos operacionais, levando em consideração a operação em 60 meses e com demanda de 500 mil passageiros por dia.

Relatório técnico elaborado pela CPTM Serviços (CPTM)
Relatório técnico elaborado pela CPTM Serviços (CPTM)

Custo Operacional

Operação de estação

O sistema de trens urbanos do Rio possui 8 linhas distribuídas em 269,5 km de trilhos. Ele conta com 12 serviços ferroviários distintos que realizam 607 viagens diárias. São 88 estações ferroviárias com área total de 209,7 mil m² onde estão disponíveis 414 bloqueios de acesso. O custo para a operação de todas as estações é de R$ 409,9 milhões.

Serviços ferroviários oferecidos (CPTM)
Serviços ferroviários oferecidos (CPTM)

Trens e manutenção

O sistema de trens fluminense conta com uma frota de 68 composições para atendimento no horário de pico. A quilometragem mensal das composições é de 556,4 mil km. A frota total de carros operacionais no sistema é de 544 unidades. O custo operacional da frota é de R$ 290,8 milhões e o custo de manutenção, de R$ 387,5 milhões.

Manutenção de vias

O Rio de Janeiro possui uma malha com 429,4 km de via permanente assentada em 716 mil dormentes. O sistema possui 506 aparelhos de mudança de via e trilhos do tipo TR 57. A malha se subdivide em trechos de bitola larga, com 213,7 km, e bitola métrica, com 55,8 quilômetros. Ao longo do trecho constam 104 obras de arte especiais catalogadas. O custo para a manutenção do sistema de vias é de R$ 718,5 milhões.

Manutenção elétrica

O sistema elétrico conta com 420 km de rede aérea convencional e 36 km de rede autocompensada. As linhas de distribuição de sinalização têm 382 km e as de alta tensão, 247 km. O sistema ainda conta com cinco subestações primárias, 10 secundárias e seis cabines seccionadoras. O custo de manutenção do sistema é de R$ 118 milhões.

Segurança patrimonial

Os serviços de segurança patrimonial e operacional incluem atividades de proteção presencial (orgânica) e vigilância (eletrônica) nos trens, estações e pátios. O custo para os serviços é de R$ 779,5 milhões.

Tecnologia de Informação

A infraestrutura de Tecnologia da Informação é o parque de infraestrutura digital no CCO, estações e pátios. Esses serviços envolvem implantação, gerenciamento de recursos, implantação de melhorias e atendimentos de manutenção dos ativos. O sistema tem um custo operacional estimado em R$ 103,2 milhões.

Energia elétrica

A energia elétrica é o principal insumo utilizado na operação dos trens e também para o funcionamento das estações. Ela vem tanto das subestações quanto do sistema de distribuição convencional. O custo para o sistema de energia é de R$ 327,6 milhões para trens e de R$ 85,9 milhões para o restante do sistema.

Apoio operacional

O apoio operacional são as atividades não diretamente relacionadas ao sistema ferroviário, mas que ajudam na sua execução. São itens importantes os setores de planejamento, departamentos de recursos humanos, contabilidade, jurídico, segurança do trabalho e diretorias. O custo do apoio operacional é de R$ 116,5 milhões.

Plano de Estabilização

Dado o alto grau de deterioração do SFRJ, será necessário executar um processo de estabilização da ferrovia, de forma que a operação possa ser realizada dentro de um padrão mínimo de qualidade. O custo para a estabilização do sistema é de R$ 619,9 milhões, sendo dividido em R$ 118,4 milhões para sinalização, R$ 488,2 milhões para via, R$ 5,8 milhões para rede aérea e R$ 7,3 milhões para subestações.

Custo de estabilização do sistema ferroviário do Rio de Janeiro (CPTM)
Custo de estabilização do sistema ferroviário do Rio de Janeiro (CPTM)

Fase de transição

O relatório apresentado pela CPTM deve ajudar o governo do Rio de Janeiro a quantificar o futuro orçamento da melhoria e operação da ferrovia ao longo dos anos. A CPTM trabalhou com seis cenários distintos, levando em consideração a demanda e a desoneração das atividades.

O custo da operação, levando em conta o cenário com maior demanda, é de R$ 75 milhões ao mês, R$ 900,9 milhões ao ano e R$ 4,5 bilhões por ano. O valor a ser arrecadado para suprir as necessidades é de R$ 18,29 por carro/km.

A gestão estadual do Rio pretende encontrar um novo operador para o sistema após assinar um acordo de transição com a Supervia em novembro passado.

Pelo acordo, o estado deverá assumir a operação a partir de julho, caso o prazo de nove meses não seja estendido. Posteriormente, a ideia é lançar uma nova licitação nos moldes do realizado no transporte por barcas, em que a operação permanece com o estado.

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