Após muito tempo, o relatório de empreendimentos do Metrô de São Paulo voltou a estimar uma data para conclusão da Linha 17-Ouro. Segundo a atualização mais recente, de novembro, o ramal de monotrilho será repassado para a ViaMobilidade, responsável pela sua operação, em 2023. A previsão coincide com a opinião deste site e que se baseou nas datas marco dos contratos de sistemas e obras civis recentemente assinados.
Para o governo Doria, no entanto, a Linha 17 é prometida para o final de 2022. O governador afirmou durante cerimônia de retomada das obras em dezembro passado, que os trabalhos seriam concluídos até 31 de dezembro do ano que vem. Já o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou em nota que “se não houver óbices judiciais, entregaremos para a população em 2022”, sem detalhar exatamente o que será entregue nesse ano.
Como o site mostrou num levantamento, a meta de concluir todos os trabalhos pendentes em apenas dois anos é muito difícil, sobretudo no contrato de sistemas, a cargo da fabricante chinesa BYD SkyRail. Embora parte do escopo tenha condições de ser cumprido dentro desse intervalo de tempo há itens como sinalização, integração de sistemas e comissionamentos dos cinco primeiros trens que deverão avançar 2022.
Seria preciso um esforço inédito para que essas etapas pudessem ser encurtadas em pelo menos 14 meses a fim de permitir que alguns trens circulassem no ramal numa hipotética operação assistida. Mas é mais provável que isso ocorra apenas em 2023 e a operação plena, talvez entrando em 2024. Isso, claro, se não houver imprevistos, o que não será surpresa num projeto tão mal planejado.
Com 7,8 de extensão, sendo 6,7 km de trecho operacional, a Linha 17-Ouro terá oito estações na primeira fase, incluindo a inédita ligação com o Aeroporto de Congonhas, além de conexões com as linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda. Os 14 trens de monotrilho terão cinco vagões cada e circularão em intervalos altos para os padrões do Metrô: 3 minutos de headway, que certamente poderá ser reduzido à medida que a linha ganhar demanda.
Por falar em demanda, o Metrô estima transportar cerca de 165 mil passageiros por dia útil, o que a tornaria a menor das linhas da rede metroferroviária. O dado, que foi usado como pretexto para os defensores dos corredores de ônibus, é uma espécie de piso da capacidade real do modal, que deverá ser ampliada com o tempo. Basta observar que o intervalo entre trens num sistema de sinalização CBTC pode ser reduzido sem grandes dificuldades para cerca de 90 segundos, o que já faria a Linha 17 transportar muito mais passageiros e sem causar congestionamentos, poluição e dano ao viário.
Fato é que a Linha 17, além de concluir o trecho em obras desde 2012, precisa avançar em ambas as pontas, cujo projeto final contempla quase 18 km de vias e 18 estações. Na sua configuração definitiva, o ramal ganhará importância na rede ao criar uma alternativa de viagem entre as zonas Oeste e Sul de São Paulo, além de atender regiões carentes de transporte público de qualidade como o Morumbi, Paraisópolis e Cidade Leonor, entre outros.
A Estação Jardim Aeroporto só deveria ser inaugurada junto com a fase 2, quando a linha estiver indo pro Jabaquara. Não vejo sentido essa linha terminar ali, lugar quase sem demanda, enquanto que pra Congonhas vai ter muito mais demanda e um trem pro Jardim Aeroporto só vai confundir os passageiros que quiserem ir pra Congonhas.
“Para o governo Doria, no entanto, a Linha 17 é prometida para o final de 2022”
2022 é ano de que mesmo? alguem sabe? os caras dao um jeito de inaugurar nem que seja um mockup na estaçao morumbi.
Nunca entendi o motivo da estação Vila Paulista não fazer parte da primeira fase. A estação ficaria logo depois do pátio Água Espraiada, podia fazer parte dessa primeira etapa.