Projetar estações de trens elevadas certamente não é das tarefas mais fáceis para arquitetos. Ao contrário de uma linha subterrânea, onde grande parte da área necessária não é visível, a estrutura de um ramal acima da superfície exige mais do que pensar apenas a funcionalidade. É preciso minimizar e, se possível, harmonizar a construção com seu entorno, algo bastante complexo quando se trata de uma linha de metrô pesado como a 1-Azul. Basta reparar como as estações Portuguesa-Tietê ou Santana incomodam nossos olhos, por mais que tenham plataformas relativamente simples.
Se por um lado os novos projetos de linhas pesadas têm priorizado o trajeto subterrâneo, o advento do monotrilho voltou a evidenciar esse dilema. Defendido como uma solução mais barata e rápida de implantação (algo até hoje não totalmente comprovado), o modal implica em criar vias e estações elevadas que passam pelo canteiro central de avenidas na maior parte do tempo.
Para isso, a solução arquitetônica contratada pelo Metrô tem sido construir estações com plataformas centrais ligadas a pequenos acessos laterais por passarelas. A primeira dessas estações a ficar pronta, Oratório, revelou um resultado até que aceitável, mas seu conceito acabou abandonado pela companhia nas demais estações, que passaram a ser mais simples e pesadas. Todas elas, no entanto, apresentam cobertura em arco, instalada a uma altura relativamente baixa, que causa um certa sensação de espaço reduzido, reforçada pela ausência de aberturas para insolação.
Trata-se de uma solução pouco vista em outros monotrilhos ou linhas leves de metrô no exterior, que optam pelas plataformas laterais e uma cobertura mais elevada e que conta ainda com elementos vazados para melhorar a iluminação natural. Por outro lado, esse tipo de construção se revela mais volumoso e que, sem um acabamento adequado, certamente afeta de sobremaneira o entorno. Ainda assim existe o benefício de mezaninos mais espaçosos e com circulação mais adequada, algo do qual se beneficiarão os passageiros que utilizarem a futura estação Morumbi, da Linha 17-Ouro.
Localizada às margens do rio Pinheiros, ela fará a ligação do monotrilho com a Linha 9-Esmeralda e encontra-se na reta final de construção, como mostramos aqui recentemente. E por estar nesse estágio avançado já é possível notar o quanto seu projeto parece melhor resolvido que as demais estações. Ele adota justamente esse conceito de plataformas laterais, iluminação natural e uma “pele” que irá revestir boa parte do prédio e esconder as estruturas de concreto.
Vale lembrar que esse resultado não era o plano original do Metrô. A estação, que chegou a ser licitada como parte de um dos dois lotes de quatro paradas, deveria seguir a mesma solução padronizada e se conectar à estação Morumbi pelo pequeno mezanino acima das plataformas. Felizmente, a companhia chegou à conclusão que a demanda no local seria bem elevada a ponto de exigir um segundo acesso para a rua. Com isso, o projeto foi ampliado e deslocado para a ponta sul da estação da CPTM.
Possibilidade de ampliação
Além de Morumbi, também a futura estação Jardim Aeroporto, vizinha ao pátio de manutenção Água Espraiada, terá plataformas laterais. No entanto, a construção está parada há anos, diante da falta de perspectiva de conclusão da obra como um todo, além de problemas com o contrato com o consórcio responsável. Sua finalização ficará a cargo da Constran, que venceu a licitação de obras remanescentes da Linha 17, caso a Justiça não acate o recurso de uma construtora derrotada no certame. Não se sabe ao certo como será o resultado final já que não existem ilustrações públicas do projeto.
A adoção de estações com projeto semelhante a de Morumbi poderia ter ocorrido também na Linha 15-Prata. A estação Vila Prudente, atual terminal oeste, possui plataforma central sobre um enorme terminal de ônibus, que mostram um resultado estético bastante precário. Se por um lado a plataforma central facilita estratégias de trens alternados que trocam de via antes de chegar a ela, por outro as plataformas laterais podem organizar melhor esse fluxo ao separar seus passageiros. Com a inauguração da estação Ipiranga, inclusive, Vila Prudente deixará de ser terminal e os aparelhos de mudança de via serão menos utilizados do que hoje.
As estações de plataformas laterais também favorecem uma implantação mais simples de vias, segundo explicou a VEM ABC, concessionária que deveria ter construído e operado a Linha 18-Bronze de monotrilho, que atenderia a região do ABC Paulista. Os projetos das estações passaram a ser todos com plataformas laterais, evitando estruturas maiores para receber vigas-trilho em curvas, por exemplo. Com isso, a empresa previa ampliar o tamanho das plataformas em caso de aumento na demanda, algo muito mais complexo e caro de executar nas estações mais antigas de monotrilho do Metrô. No entanto, todo esse trabalho, como se sabe, foi desperdiçado pelo governo Doria no ano passado, quando decidiu cancelar o projeto em favor de um corredor de ônibus “BRT”.
Aproveito a deixa para reclamar do quanto as estações elevadas da linha 1- Azul são ruins.
Parecem que foram feitas nas coxas, principalmente as estações Armênia e Tietê.
A estação Armênia só tem escadas rolantes, apenas uma em cada lado da estação, até metade do caminho para a plataforma!
O restante temos de andar em escadas normais e azar de quem está carregando malas ou tenha alguma deficiência física e não tenha tempo para esperar aquele elevador minúsculo.
Foi um grande descaso não terem ampliado a estação Tietê enquanto construíam a rodoviária e, atualmente, isso faz falta, a plataforma sentido Jabaquara ficou estreita para tanta gente. O problema só amenizou por causa da pandemia por enquanto.
Deveria haver um acesso separado para quem vem da rodoviária e assim evitar o congestionamento de pessoas, principalmente após feriadões.
Eles deveriam fazer igual a linha 15 Prata, inaugurar o primeiro trecho com 2 estações, já que Morumbi é a mais adiantada podiam inaugurar o trecho Morumbi-Chucri Zaidan
Vão inaugurar como se nem trem tem?
Não tem como inaugurar nada sem os trens (que estão com o contrato barrado na justiça) e muito menos sem o pátio de manutenções, que ficará ao lado da estação Jardim Aeroporto (que também está com obras paradas)
Ricardo, a estação Jardim Colonial que está sendo construída não comprova a eficacia para a construção de uma estação de monotrilho?
Não precisa ser um gênio da raça para saber que obviamente o monotrilho é uma solução mais barata e rápida de implantação do que os sistemas tradicionais, o problema infelizmente e claramente é o apocalipse administrativo brasileiro, especialmente dos governos e o sistema estatal com sua burocracia doentia agravada mais ainda pela alta corrupção e baixa modernização nos quadros administrativos.
Aí no final falaram do BRT do ABC, enganaram a população da região.
A Estação Jardim Aeroporto deveria ser inaugurada só depois que o monotrilho seguisse pro Jabaquara. Não vejo sentido em haver essa estação sem demanda alguma, sendo que a estação de Congonhas deveria ser privilegiada neste momento.
Essa linha 17 será o “corredor de ônibus” mais caro da história da humanidade.
Congonhas precisa de uma linha de metrô e acho bom uma ligação entre a linha 5 e a linha 9 pela região da Berrini. No entanto, acho que seria melhor se a linha 17 seguisse de Congonhas até o Paraíso passando pela estação AACD Servidor, pelo Ibirapuera e pela 23 de Maio ao invés de seguir pro Jabaquara. Assim seria muito mais útil pra quem chega ao aeroporto e pra diminuir o trânsito na Rubem Berta.
A Rubem Berta é muito estreitinha naquele trecho segregado (onde tem o trecho expresso, que fica no meio, e o trecho alto – que dá acesso às ruas paralelas da Região), fora os viadutos. Vai dar um trabalho enorme pra conseguir implantar.
A Rubem Berta não é tão estreita assim, lembrando que esse monotrilho iria passar por áreas bem piores de espaço, tipo Paraisópolis e o Morumbi, fora que já vai pra Washington Luiz, que tem largura semelhante. Daria um pouco mais de trabalho, mas valeria a pena fazer a linha seguir pela Rubem Berta e 23 de Maio até o Paraíso. É uma área muito congestionada.
Não, meu caro Granhunha, esse título pertence ao Expresso Tiradentes.
A Linha 17 será mais uma das linhas do metrô, ligando uma região importante e atendendo a centenas de milhares de pessoas por dia inicialmente através de veículos elétricos e nada impede dela ser ampliada.
Mas e o Expresso Tiradentes? Não tem perspectiva de ampliação, usa transporte poluente e não trouxe grandes benefícios para a cidade. Mas não vemos você criticá-lo, vai ver desconhece a existência desse corredor de ônibus elevado ou concorda com o projeto dele.
Em alguma coisa eu concordo com você. Fora que o Expresso Tiradentes deveria se chamar Expresso Sacomã, porque nem pra Cidade Tiradentes ele vai, pelo contrário, passa é longe.
Ivo, eu acho expresso Tiradentes outra porcaria, assim como será esse BRT do ABC. Não é necessário eu ter que criticar um meio para então poder criticar outro. Mas tudo fruto do belíssimo planejamento que você adora elogiar. Não me surpreenderia se a gente acabar o trecho original do Expresso Tiradentes com um trecho – BRT/Monotrilho/Corredor de ônibus.
Além do mais, monotrilho não é metrô. É, pra quem gosta de ser enganado.
Tem diversos estudos e matérias que mostram que o número de passageiros transportados será baixo em relação ao tamanho do investimento. Mas nem seria necessario, apenas uma matematica básica de primeiro grau já te dá essa conclusão.
E quanto a possibilidade de ampliação, aí acho melhor você reclamar com o governo, pois ele próprio já tá abandonando este modal, inclusive o trecho entre Morumbi e São Paulo Morumbi nem faz mais parte dos planos
Acho que pra linha 17 monotrilho seria um bom modal, se ele fosse feito com a promessa que o titio Alckmin chuchu fez e não cumpriu, ou seja, de ser um modal barato e rápido de fazer. Não foi! A Linha 15, a meu ver, jamais deveria ter sido monotrilho, essa deveria ter sido trem ou metrô, pois tem demanda muito alta pra ser monotrilho. E a linha 13 Jade poderia ter sido monotrilho, já que poderia “adentrar” nos terminais do aeroporto, além de ter demanda baixíssima e, pelos planos da CPTM, vai continuar tendo. Ou seja, o planejamento do governo paulista foi sim extremamente péssimo!
Gabriel, nenhum estudo demonstrou que existe demanda alta para a região da Linha 15. Nenhum. Assim como nenhum estudo apontou demanda baixíssima para a Linha 13 (que sequer está pronta ainda).
De onde tirou essas constatações? Todos os projetos e dados matemáticos de demanda são públicos. E todos desmentem suas afirmações.
Precisa de estudo pro óbvio, Ivo? A linha antes de fechar já estava megalotada! Precisa de estudo pra demanda baixíssima da linha 13?? Ela SEMPRE está vazia. Admita, o planejamento do governo tukanos foi péssimo!
Até onde eu saiba a demanda da L15 é de 450k visando o ano de 2045 com a linha completa entre Ipiranga – CiTi.
Agora, se vcs tiverem uma solução melhor, que consiga subir rampas ingrimes, e seguir o traçado da avenida acho que você deveriam virar engenheiros/designers.
Matheus, fizesse um metrô convencional subterrâneo mesmo. E não me fale de custos nem de prazos, o monotrilho saiu tão caro e demorado quanto um metrô convencional e ainda saiu cheio de defeitos depois de pronto, além de já não atender a demanda diária. PelamordeDeus, parem de passar vergonha defendendo esse trenzinho só pra defender o governo tukano!
PS: Matheus, a demanda do monotrilho em 2016 já era de 550k.
Pobre Granhunha, acha que sabe mais do que todo mundo. Onde está sua empresa de consultoria em mobilidade?
Enquanto posta comentários na base do mais puro achismo, o monotrilho transporte 1 milhão de pessoas por dia na China. E em São Paulo, vai transportar inicialmente quase 800 mil pessoas só com a conclusão das fases atuais de projeto. No ano passado, a Linha 15 transportou (mesmo com trechos em testes) mais de 20 milhões de passageiros.
Sobre projetos, a Linha vermelha do metrô levou doze anos para ser concluída, e mais de 13 anos para operar conforme o projetado, passando por crises, desistências de projeto e isso não impediu ela de ser concluída. Se dependêssemos dos “Granhunha” da vida tocando o projeto, a linha vermelha seria a última construída em São Paulo, dado os problemas de projeto.
No caso da Linha 17, os terrenos necessários para a obra entre São Paulo Morumbi e Jabaquara estão todos desapropriados e pagos, o monotrilho é uma obra simples e barata e pode ser feita em fases como qualquer outra.
Será que o mundo inteiro está errado e você é o único que está certo? Onde estão os projetos milionários de sua empresa de consultoria em mobilidade?
Ivo, vc sempre acha que sabe mais que todo mundo e acusa os outros da arrogância que vc tem. Vc mesmo tá falando que a linha 15 tem alta demanda agora, ainda quer me fazer crer que o trenzinho monotrilho atende uma das áreas mais densamente povoadas da cidade, a de Sào Mateus?
Será que todo mundo tá errado e só vc e o PSDB estão certos? Será que a única coisa que presta pra vc é o que vier de projetos de empresas contratadas por governos tukanos?