A expansão da Linha 2-Verde até a Penha e posteriormente até o município de Guarulhos tem um enorme desafio pela frente. Trata-se do sistema de sinalização dos trens, que permite a operação do carrossel em toda sua extensão.
Atualmente o ramal do Metrô opera com o CBTC (Controle de Trens Baseado em Comunicação), sistema fornecido pela Alstom, que também o está implantando nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha.
Ocorre que o contrato não prevê a instalação do sistema no novo trecho, o que obriga o Metrô a buscar uma solução entre lançar uma licitação nova e justificar uma possível contratação da Alstom por conta de uma possível “inviabilidade de competição”.
Essa tarefa, no entanto, caberá à Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM), órgão a qual o Metrô está associado. Um convênio nesse sentido foi estabelecido em julho, mas só tornado público na semana passada.
Operação sem condutor
De acordo com o plano de trabalho estabelecido entre a STM e o Metrô, o projeto pretende realizar adequações para a operação do tipo GoA4, ou seja, o mais alto nível de automação, que dispensar a presença de um operador a bordo dos trens.
Como este site antecipou, os 44 novos trens que serão encomendados para a Linha 2-Verde não terão cabine de comando, sendo semelhantes às composições que operam nas linhas 4-Amarela e 15-Prata.
A questão é que a Linha 2 também manterá trens mais antigos, com operadores, e que apoiarão a operação utilizando o padrão GoA3, bastante automatizado, mas com funcionários presentes.
“A contratação pela Secretaria de Transportes Metropolitanos do Sistema de sinalização CBTC para a Extensão da Linha 2- Verde até a estação Penha, incluindo a ampliação do PTI, adequação da interface com o sistema PSD no trecho existente da linha e aquisição do CBTC de Bordo, figurando a Companhia do Metropolitano de São Paulo – Metrô/SP como interveniente anuente“, é a premissa que consta no convênio.
No cronograma definido, o Metrô forneceria até o começo de agosto as especificações e definição do tipo de contratação, se por meio de licitação ou contratação direta, ou seja, da Alstom.
Até o final do ano deverão ser realizados os procedimentos de contratação enquanto o Termo de Recebimento Definitivo tem prazo até 30 de setembro de 2029, ou seja, quando o serviço é considerado entregue de fato.
Contratação direta é caminho natural
A despeito da necessidade de realizar todo o processo de justificativa para escolher o modo de contratação do serviço é bastante óbvio que o Metrô não tem outra alternativa que não a de optar pela Alstom.
O CBTC é um sistema proprietário, ou seja, funciona apenas com o apoio técnico da sua fornecedora. Embora existam linhas no mundo que operem mais de um sistema de sinalização é pouco provável que a Linha 2-Verde possa implantar um segundo CBTC para o novo trecho.
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Há também a implantação de portas de plataforma (PSD) e a extensão até Guarulhos, não prevista nesse convênio, mas que pode ser viabilizada diante do iminente início de obras.
Resta entender como será definido o valor pelo contrato já que sem concorrentes, a empresa francesa pode estipular um preço mais salgado, apenas menor do que se o governo preferisse um projeto partindo do zero, algo impensável.
Acho que a parte mais preocupante desse dilema é a contratação da instalação das PSDs nas estações que não foram contratadas ainda, uma vez que a alstom mostrou um atraso enorme na implantação delas nas estações finais, e até mesmo o cbtc teve anos de teste só entre Sacomã e Vila Prudente fazendo a L2 operar com dois sistemas diferentes, talvez não seja tão ruim considerar um novo fornecedor
A demora é comum para qualquer fornecedor. Trocar a sinalização de linhas já consolidadas é complexo e lento.