Sem condições de operar, trens da Frota F poderão ser desativados

Frota pioneira da Linha 5-Lilás está afastada por não terem condições mínimas de funcionamento. Governo cogita compra de novos trens como uma das alternativas para indisponibilidade
Composição da Frota F (Jean Carlos)
Composição da Frota F (Jean Carlos)

A Linha 5-Lilás de metrô operada pela ViaMobilidade possui duas frotas de trens. Atualmente apenas os modelos mais novos da Série 500 Fase II (Frota P) circulam no ramal enquanto os antigos trens da Fase I (Frota F) estão desaparecidos.

Apesar de no passado não tão distante a modernização da Frota F ter sido cogitada pela concessionária, atualmente o cenário é de total indisponibilidade operacional, o que deverá culminar com sua desativação total.

O site requereu por meio da Lei de Acesso a Informação explicações sobre o caso para a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) que diligentemente esclareceu a situação atual.

Frota F em operação em 2022 (Jean Carlos)
Frota F em operação em 2022 (Jean Carlos)

O estado atual da Frota F

Atualmente todos os oito trens da Frota F não estão em condições operacionais, portanto não podem circular na Linha 5-Lilás.

A SPI expôs duas principais justificativas para esta situação. A primeira delas é a ausência de peças para reposição e fornecedores. Este fato prejudica a solução de falhas de forma satisfatória pelas equipes da ViaMobilidade.

Dos oito trens existentes, apenas quatro deles apresentam capacidade de movimentação, ou seja, podem em tese circular pelas vias. Mas, a confiabilidade dos trens é “extremamente baixa”, o que inviabiliza sua utilização na operação comercial sob risco de comprometer a segurança e regularidade do serviço.

O segundo fator é a impossibilidade de atualização de software. Segundo a SPI, as falhas atuais do trem praticamente impossibilitam que os trens possam realizar o alinhamento adequado nas plataformas das estações da Linha 5-Lilás.

A pasta esclarece que o processo de atualização de software é de responsabilidade do Metrô de São Paulo que delegou essas atividades à empresa Alstom, que detém o contrato de instalação do sistema de sinalização CBTC.

Para possibilitar que alguns trens pudessem operar, a concessionária recorreu a práticas de canibalismo, ou seja, o uso de peças de trens parados em composições operacionais. Questionada, a SPI informou que a prática, embora não ideal, pode ser realizada para manter as condições operacionais e a continuidade do serviço prestado.

Composições da Frota F não tem condições de circular na Linha 5-Lilás (Jean Carlos)
Composições da Frota F não tem condições de circular na Linha 5-Lilás (Jean Carlos)

Futuro da Frota F

Diante disso, a questão sobre o futuro da Frota F torna-se cada vez mais incerta. O governo, por meio da Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões (CMCP), trabalha com algumas possibilidades.

Uma delas seria a compensações financeiras. Esta alternativa poderia viabilizar uma revitalização total da frota de trens que poderia ser reutilizada após processo de modernização integral.

Outra opção seria a compra de novos trens. Neste caso, possivelmente, os trens da Frota F seriam desativados e baixados, ou seja, seriam retirados permanentemente da frota operacional da Linha 5-Lilás.

A CMCP ainda discute outras medidas que possam possibilitar a prestação do serviço concedido com qualidade.

Frota F, composição fornecida pela Alstom (Jean Carlos)
Frota F, composição fornecida pela Alstom (Jean Carlos)

Apesar de hoje a frota de trens estar em condições de atender aos passageiros da Linha 5-Lilás, com a futura expansão para Jardim Ângela a aquisição de uma nova frota seria importante para não sobrecarregar os trens atuais.

O destino dos oito trens da Frota F ainda não foi completamente decidido. A permanência ou não destes trens na Linha 5-Lilás dependerá de negociações que seguem em curso entre ViaMobilidade e CMCP.

A situação não é exatamente tranquila já que a Linha 5 tem recuperado o movimento pré-pandemia, época em que os trens da Frota F eram considerado como uma reserva técnica durante o horário de pico.

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  1. Na mão do metrô essa frota operava bem. A concessionária assumiu, não deu manutenção, e agora culpa o metrô e cobra do governo trens novos.

    É isso ai, privatiza mesmo.

    a Alstom não consegue atualizar o software porque a concessionária não consegue dar manutenção nos trem,

  2. Na mão do metrô, com manutenção sendo dada por gente competente, esses trens rodavam diariamente.

    A concessionária assumiu, não consegue dar manutenção e agora o governo vai pagar novos trens.

    E ainda tenta culpa o metrô pelas falhas, sendo que a manutenção é escopo da concessionária. O metrô não consegue atualizar o software, pois os trens estão cheios de falha de frenagem e de tração, impossibilitado os testes.

  3. normal em se tratando da viamobilidade.

    na época do metrô a frota F rodava, com a viamobilidade parou de rodar.

    na época da CPTM, tinha 6 trens série 5400 em operação. pintaram um com as cores da via mobilidade e desativaram tudo.

    tem trem série 8500 totalmente depenado.

    os trens que estão sendo devolvidos para a CPTM, tudo daquele jeito. nenhum em condições operacionais satisfatória.

    até os trens da frota nova já tem trem baixado.

    tudo isso com anuência do governo do Estado e seus órgãos como cmcp e artesp que só servem para passar pano para concessionária.

  4. A Frota F parou de rodar quando foi trocada a sinalização do Ato para o Cbtc. Ao que parece, o Metrô estatal fez uma previsão otimista demais em relação a compatibilidade da frota F com o Cbtc.

    A Frota F não é compatível com o Cbtc. A aquisição da Frota F foi cercada de suspeitas de corrupção e favorecimento a Siemens e Alstom pela CPTM estatal. O MP perdeu o prazo para a denúncia e os supostos crimes prescreveram.

  5. É preciso dar uma atenção a gramática nesses textos ! Está bem complicado a escrita !!! Pra quê mais trens antigos nessa linha 5 lilás ? O povo que se dane noa trens atuais, sempre lotados ! Com esse governador fraco que SP tem, esquece !!!

    1. Porque foi uma concessão e não uma privatização como anunciam. Na concessão o estado ainda continua dono da linha, apenas terceiriza a linha para um operador privado, porém sendo obrigação do estado fiscalizar a operadora privada.

  6. Enquanto estava na mão do metrô, essa frota rodava.

    A CCR assumiu e não tem competência de dar manutenção neles, tiram de circulação.

    Agora o governo (nós) temos que pagar trens novinhos para quem não teve competência de manter os trens que possui.

    1. Na mão do metrô rodou com ATO. Com Cbtc não rodou um dia sem falha. E foi o metrô estatal quem prometeu para a concessionária que a frota F funcionária com o Cbtc.

      É obrigação do metrô estatal resolver o problema que ele mesmo criou.

    1. Os trens vão ser desativados por três motivos:
      – São incompatíveis com o sistema CBTC.
      – Para reformar cada trem vai ser quase o preço de um trem novo.
      – E não tem peças disponíveis para fazer uma manutenção adequada.

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