Sindicato dos Metroviários aponta Bombardier como culpada pelo acidente com o monotrilho

Entidade aponta falha no software fornecido pela empresa permite que trem desapareça do sistema
Trens M22 e M23 que se chocaram em 2019 teriam sido dado como irrecuperáveis
Trens M22 e M23 que se chocaram em 2019 teriam sido dado como irrecuperáveis (Reprdoução/Instagram)

Em entrevista ao Diário do Transporte nesta quinta-feira (07), o coordenador da secretaria geral do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo, discordou da declaração em que o Metrô apontou falha humana no episódio em que dois trens de monotrilho se chocaram na estação Jardim Planalto, na noite de 29 de janeiro. Para Fajardo, a culpa pelo acidente é da Bombardier, fabricante do monotrilho e também responsável pelo sistema de sinalização e controle CBTC.

“Quando um trem está desligado ele não aparece no sistema CBTC. Aí depende de um operador localizar e sinalizar aquele trem. Se o operador, por algum motivo, comete uma falha esse trem ‘desaparece’ e outro trem pode ser colocado no lugar dele”, explicou Fajardo. “Quem tem que ser responsabilizada é a Bombardier que concebeu um sistema que não oferece segurança”, completou. Na visão do sindicato, a falha é inconcebível visto que nas outras linhas essa possibilidade (de um trem sumir do sistema) não existe.

Questionado pelo site se o acidente poderia ter sido evitado, o presidente do Metrô, Silvani Alves Pereira, voltou a citar a ação do funcionário como algo que está fora de alcance da companhia: “O Metrô em nenhum momento vai negligenciar um procedimento para colocar em risco a segurança da população. Mas existem situações em que um humano interfere no processo. De que forma poderia ser evitado? Eu não sei dizer. Se alguém vai lá e desliga (o trem) não teria como evitar porque não se sabia que ele iria desligar”, disse. “Pedi para o Milton (Gioia, diretor de operações da companhia) para olhar cada um dos procedimentos (de segurança). O monotrilho é um sistema que existe em outros países, mas o nosso é de grande porte e todo cuidado é pouco na segurança”, completou.

Para diretor de operações do Metrô, “a companhia preza pela segurança do usuário, dos funcionários e nós nunca desqualificamos qualquer detalhe que envolva a segurança. Um acidente depende de uma série de fatores, esse em particular teve envolvimento direto da atuação de empregado. Qual o objetivo da revisão dos procedimentos de segurança? Colocar travas no processo alertando o funcionário para confirmar a intenção de tomar aquela atitude”, explicou Gioia.

Os monotrilhos acidentados: trem da direita não era visível no sistema CBTC (Yamas75/Instagram)

Descaso com o Metrô

Gigante que engloba atividades em vários setores como o aeroespacial e naval além de ferroviário, a canadense Bombardier viu seus negócios crescerem no Brasil nos últimos anos. A empresa reformou parte dos trens da Frota A do Metrô e forneceu o sistema CBTC da Linha 5-Lilás, além de construir os trens de monotrilho da Linha 15-Prata em sua unidade no interior de São Paulo.

Apesar da expansão da sua presença por aqui, a Bombardier tem aparecido com frequência na mídia pelos sucessivos problemas que seus sistemas têm gerado. Na Linha Lilás, o projeto do CBTC atrasou vários anos até ser entregue em setembro de 2018. Mas a empresa permanece sem resolver a instalação das portas de plataforma no ramal. O motivo estaria ligado à falência da subcontratada que não entregou os equipamentos e só finalizou um conjunto até hoje. Mesmo multada, a fabricante segue à frente do projeto.

Já na Linha 15-Prata, a Bombardier já acumula cinco anos de testes com os trens do monotrilho sem que o sistema tenha se mostrado confiável. As falhas são frequentes e graves, sendo necessário o acionamento do PAESE diversas vezes pela impossibilidade de retorno da operação em tempo hábil. O episódio do choque dos monotrilhos ocorreu dias depois que peças das vias caíram na avenida logo abaixo da linha, algo que era considerado praticamente impossível.

Mas, apesar das multas recebidas e da pressão do governo, a Bombardier parece pouco tocada com a situação. O site chegou a perguntar para um alto executivo do Metrô em uma conversa informal qual a razão de tanto descaso dos canadenses. “Eles parecem não dar muita importância para o Brasil já que têm negócios maiores em outros países”, lamentou o funcionário.

O site enviou mensagem para a assessoria da Bombardier e aguarda resposta.

Trens do monotrilho da Linha 15

 

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6 comments
  1. Se esse descaso por parte da Bombardier é por falta de interesse, por quê o Metrô não toma uma atitude e escolhe outras empresas para terminar o que eles não querem fazer?! Essa história tá muito mal contada… E quem paga,de verdade, por toda essa incompetência é a população.

    1. não Alex o descaso e do sindicato que coloca o interesse da população em ultimo lugar mais 45 dias teremos essa linha privadizada e os serviço melhoraram em muito chegaremos aõs niveis de qualidade da linha 4 amarela e da linha 5 lilas e so andar la e vai ver ate o atendimento dos funcionarios e melhor la o dinheiro dos nossos impostos estão bem aplicados diferente das linha 3 vermelhar ou da linha 1 azul veja o mal atendimento nas estações passe la

  2. SEMPRE o pessoal dos vermelhos ira culpar falha no sistema, pois eles NUNCA admitem erro. Eles NUNCA admitem q o colaborador poderia errar. Nao kero defender a tal d Bombardier, mas conhecendo a atuaçao dos vermelhos nao consigo aceitar falha d um sistema implantado por uma empresa especializada em varios sistemas metroviarios no mundo.

    1. Deixe a “ideologia” de lado e pense com a RAZÃO.
      Não fale daquilo que você não conhece.
      Poderia te dar uma aula, aqui, sobre o funcionamento do CBTC e as implicações de segurança que isso proporciona.
      Sim, as grandes empresas também cometem ERROS e não os admitem.
      Repetir “ad nauseum” esse mantra (vermelhos) usado nas eleições para enganar os incautos, não é argumento para discussão nenhuma.
      A grosso modo, caso um trem do Monotrilho “apague” totalmente, não existem sistemas redundantes de detecção do trem na via, diferente dos trens da linha 5 que possuem sistemas de detecção nos trilhos.
      A culpa sempre vai recair no “humano’ pois nós somos peças descartáveis (vide o acidente em Brumadinho).
      No mais, vá se tratar garoto.
      Teu caso já está beirando a problema psiquiátrico.
      Esquizofrenia tem tratamento.

  3. Completando meu comentario anterior, a canadense Bombardier, “Gigante que engloba atividades em vários setores como o aeroespacial e naval além de ferroviário”, dificilmente cometeria erros fatais nessa operaçao. Talvez a duvida recairia em saber q , será o operador do Monotrilho estava capacitado e devidamente treinado para operar esta parafernaia.
    A preocupaçao dos vermelhos é somente culpar o Metro, e nao identificar a real causa do acidente.

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