Um dos vários projetos atrasados do Metrô de São Paulo, a implantação do sistema CBTC de controle de trens nas linhas 1-Azul atrasou novamente. Segundo relatório da companhia, a nova tecnologia tem previsão de começar a funcionar na Linha 1 em fevereiro de 2021. Até então, o Metrô trabalhava com a troca do sistema ATC pelo CBTC em agosto deste ano.
A implantação na Linha 3-Vermelha, por outro lado, continua prevista para julho do ano que vem. A empresa contratada, a Alstom, já está há mais de uma década executando o serviço que deveria ter sido concluído em 2012. A fabricante francesa, no entanto, passou a maior parte do tempo tentando ajustar o CBTC na Linha 2, a primeira a receber o sistema e que funcionou por muito tempo apenas num pequeno trecho.
Somente em 2016, o CBTC passou a funcionar aos fins de semana em todo o ramal, mas de forma precária e que obrigou a várias paralisações e mudanças no software de controle dos trens. No fim a versão final da tecnologia passou a operar de forma plena no início de março, o que permitiu que a Alstom fornecesse o painel de tempo de espera e lotação dos trens, recentemente disponibilizado. A empresa também entregou as portas de plataforma de Vila Madalena, outra parte do escopo do projeto.
Com o sistema testado, enfim, a fabricante pode avançar nas outras duas linhas, instalando equipamentos e realizando testes durante a madrugada e fins de semana. Assim como a Linha 2, as estações terminais dos dois ramais terão fachadas de PSDs e que estavam programadas para instalação em 2020 (Jabaquara e Tucuruvi) e 2021 (Corinthians-Itaquera e Palmeiras-Barra Funda).
Embora uma das principais características do CBTC seja permitir a redução dos intervalos entre os trens, é provável que os dois ramais tenham apenas uma ligeira melhora na oferta de viagens por conta de já operarem no limite, sobretudo a Linha 3. A vantagem, no entanto, é que as composições irão operar de uma forma mais coordenada, sem tantos paradas por conta de problemas. De quebra, o sistema facilita a operação das portas de plataforma, que também se refletem em menos interrupções na operação, melhorando como um todo o serviço para os usuários.
Atualmente, o CBTC está em funcionamento em quatro das seis linhas de metrô de São Paulo – Linha 2, 4, 5 e 15 -, é um dos sistemas no mundo que mais adotou essa tecnologia, mais avançada que o ATC, que está em serviço nas linhas 1 e 3.