Tarcísio de Freitas estuda contratar Consórcio Paulitec-Sacyr para finalizar obras da Linha 17-Ouro

Empresa foi a 3ª colocada na licitação de obras remanescentes do ramal de metrô, vencida pelo hoje Consórcio Monotrilho Ouro e que não teria condições financeiras para concluir trabalho, segundo governador
Estação Campo Belo (iTechdrones)

O governador Tarcísio de Freitas comentou sobre a situação da Linha 17-Ouro, cuja implantação está prestes a completar 11 anos sem uma previsão de conclusão. Em entrevista ao jornal SP2, da TV Globo, nesta sexta-feira, o novo mandatório disse estudar alternativas para resolver o dilema, entre elas rescindir contrato com o Consórcio Monotrilho Ouro (Coesa e KPE) e chamar o 3º colocado da licitação, o Consórcio Paulitec-Sacyr.

Formado pelas empresas Paulitec Construções e Sacyr Construcción, o consórcio havia feito uma proposta de R$ 513,2 milhões em 2019, R$14,6 milhões mais alta que a da Coesa, então concorrendo sozinha pelo contrato. A menor proposta, no entanto, foi apresentada pela Constran Internacional (R$ 495 milhões), mas que teve o contrato anulado na Justiça por iniciativa da Coesa.

A ironia é que a subsidiária da OAS (hoje rebatizada também como Coesa) alegou na época que a Constran não tinha condições para assumir o projeto, situação por que passa o consórcio do qual faz parte atualmente. O governador, inclusive, pontuou que o Consórcio Monotrilho Ouro não tem dinheiro para comprar materiais, principalmente as estruturas metálicas.

“Uma das alternativas é tirar a estrutura metálica do contrato. O estado adquire a estrutura metálica, e a empresa faz a montagem. Outra alternativa é tirar a empresa do contrato – já que ela não tem fôlego financeiro – e chamar a terceira colocada. E vamos fazer uma nova licitação”, explicou Tarcísio, que acrescentou que o Metrô está analisando as opções possíveis.

A Coesa assinou contrato em novembro de 2020 com prazo de entregar sete estações, o pátio de manutenção e as vias faltantes até meados deste ano. No entanto, é nítido que os trabalhos avançaram pouco durante os dois anos em vigor. As estações estão incompletas, o pátio segue com muito a fazer e há poucos funcionários presentes nos canteiros, um sintoma que persiste desde o começo das atividades do grupo.

Apesar do trabalho aquém do cronograma, a Coesa e a KPE cobram um reajuste no contrato por um suposto desequíbrio econômico. O consórcio já obteve uma majoração considerável por meio de aditivos, que não mudaram o panorama da obra.

Mesmo com a dificuldade para tocar o projeto da Linha 17, a Coesa, junto da Álya Construtora (antiga Queiroz Galvão), foi habilitada na licitação de construção da estação Ipiranga da Linha 15-Prata. Se não houver surpresas, o consórcio assumirá o projeto de R$ 445 milhões, sem que respinge sobre ele os reflexos dos problemas na Linha 17-Ouro.

 

 

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15 comments
  1. Se eu entendi bem, eles pediram cerca de 500 milhões por 7 estações da Ouro e 445 milhões por apenas UMA da prata?

    1. Mas há de levar consideração que quando o Monotrilho Ouro assumiu, as obras já estavam com 55% de conclusão. No caso de Ipiranga, é uma obra do zero.

    2. O projeto dessa estação da linha 15 é mais robusto que o restante, vão ter coisas a mais que outras estações, então é até “compreensível”
      Fora que se esse valor for usado pra iniciar e terminar a obra toda dentro do prazo ou minimamente perto disso já vai ser uma vitória kkkk, aquela estação da CPTM vai ficar com uma cara bem melhor quando chegar a estação da linha 15, mesmo que não mexam em nada nela em si

  2. Entra governo saí governo e essa lenga lenga continua. Quem sabe na próxima copa imunda aqui no Brasil ela ao menos esteja com as pilastras bem preservadas como estão. Como diz Boris. Isto é uma vergonha.

  3. Eita novela que não acaba as obras dessa linha viu, se o Tarcísio conseguir terminar eu tiro meu chapéu pra ele

    1. Eu aposto que o Tarcísio também não fará essa obra. Espero estar enganado, mas, pelo perfil dele,duvido que vá fazer obra em prol do coletivo. Os interesses dele são outros.

  4. Engraçado como essas empreiteiras conseguem na justiça derrubar uma série de contratos, mesmo sendo totalmente incompetentes, pelo histórico. Mas a “justiça” do Brasil é conhecida, quem paga leva!

  5. Se a empresa não tem fôlego financeiro não deveria nem participar da licitação.

    Outra coisa, para salvar contrato com empresa privada vale tudo, até comprar material. Mas quando é para a administração direta tudo é criado dificuldade. Esses são os governantes do atraso, q só pensam em lucrar nas custas do estado

  6. Com as obras das vias praticamente finalizada, a BUD já pode entrar com a implantação dos sistemas? Isso já começou? Se sim, como está?

  7. Tarcísio foi provado na casca do alho, sabe o que tem que ser feito, seu nome é ”TRABALHO”, porisso e pra isso foi eleito, agora é só dar tempo pro homem.

    1. Entre falar e fazer, existe um abismo enorme.

      Daqui a 2 anos podemos avaliar melhor se vai ser tudo isso ou apenas a continuação do PSDBOSTA….

  8. Coesa não faz mais parte do ex-grupo OAS, foi vendida a um grupo internacional que tem fundos para tocar uma obra deste porte. Por este motivo, continua participando de licitações e prestando serviços ao metrô. O braço de construção da ex-OAS (hoje grupo Metha) se apresenta ao mercado como KPE, que manteve o nome Coesa no contrato do monotrilho como sócio minoritário (1%), para não ter nova licitação. Obra que começa errada, termina errada. Ou não termina…

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