Dentro de seis meses, São Paulo voltará a ter uma enorme máquina de 100 metros de comprimento e 2 mil toneladas abrindo túneis no subsolo da cidade. A previsão foi feita pela Acciona, construtora responsável pela obra da Linha 6-Laranja do Metrô.
Durante um evento online promovido pela revista O Empreiteiro, o diretor adjunto de projeto Lucio Matteucci revelou que os dois “tatuzões” que escavarão os cerca de 15 km de túneis estão programados para iniciar o trabalho em janeiro e março de 2022.
A previsão da empresa faz parte do planejamento de realizar as obras dentro de cinco anos, com previsão de abertura do ramal em 2025.
Segundo Matteucci, o chamado “TBM Sul” (Tunnel Bore Machine) está sendo montado na vala existente no VSE Tietê e deve partir no início do ano que vem. Serão precisos então mais dois meses para que o segundo ‘tatuzão’, o “TBM Norte”, seja montado e comece seu trabalho.
Como já explicado pelo site, embora sejam bastante semelhantes, as duas tuneladoras foram fabricadas para escavar em solos diferentes. A primeira vai avançar em “solo mole”, formado em geral por sedimentos, durante o trajeto até São Joaquim, com cerca de 9,5 km.
O segundo shield terá uma tarefa mais “dura” ao ter de abrir caminho por solo rochoso – uma extensão de 5,2 km ao todo.
Não por acaso, a velocidade média de avanço diário é bem diferente, segundo o executivo da Acciona. Enquanto o TBM Sul pode escavar de 10 a 12 metros por dia o TBM Norte consegue atingir um ritmo menor, de 8 metros por dia.
Redução do tempo de viagem em 70 minutos
Apesar disso, a construtora espanhola aposta que conseguirá superar esse desempenho, graças ao bem sucedido projeto executado no metrô de Quito, no Equador. Lá, a tuneladora da Acciona chegou a avançar 40,5 metros em 12 horas e 79,5 metros em 24 horas.
A cada 1,8 metro escavado é instalado um anel de aduelas, a estrutura em concreto que sustenta os túneis. Como o site explicou recentemente, elas estão sendo fabricadas numa área da empresa em Perus, 11 km distante do VSE Tietê.
Além dos túneis escavados pelos dois tatuzões e as escavações das estações e poços de ventilação e saída de emergência, a Acciona também fará outros três túneis pelo método NATM, o chamado “túnel mineiro”.
Um deles já avançou algumas dezenas de metros entre o SE Aquinos e o VSE Tietê e que servirá como estacionamento de trens de estratégia. Haverá outro a partir da estação Brasilândia até o pátio Morro Grande e por fim outro estacionamento para as composições na altura da praça Charles Miller, no Pacaembu.
A apresentação, do final de junho, também mostra a situação das frentes de trabalho. Segundo ela, a Acciona está dando início às obras nas estações Higienópolis-Mackenzie, Angélica-Pacaembu, Perdizes, SESC-Pompeia e Itaberaba – Hospital Vila Penteado até agosto. Esta última teve o terreno onde um sacolão funcionava liberado nos últimos dias, inclusive.
A importância da Linha 6-Laranja para a malha metroferroviária de São Paulo pode ser medida por vários aspectos, mas um deles chama a atenção: o tempo a ser economizado quando ela entrar em operação. A viagem entre Brasilândia e São Joaquim, que hoje leva 1 hora e 37 minutos, cairá para apenas 27 minutos. São 70 minutos que poderão ser aproveitados de forma muito mais produtiva pela população.
Uma hora falam que o ritmo será de 49 metros por dia, mas o responsável pela obra menciona 13 e 8 metros.
Esse ritmo foi no metrô de Quito, a Acciona nunca disse que iriam ter esse ritmo aqui em SP.
A largada inicial deve ser a semana antes das eleições.
Será que vai dar tempo mesmo até 2025? Sei não, coloca mais dois anos aí porque tem muita coisa pra fazer ainda, fora a tuneladora que vai escavar em solo rochoso e que já vai ter grandes dificuldades nessas escavações, vamos ver!
Impressionante a importância desta linha! Tomara que siga logo depois em direção à zona leste até Cidade Dutra
Cidade Dutra na zona leste? kkkk, o PSDB tá mal de assessoria mesmo!
https://www.rfi.fr/br/brasil/20180606-por-que-o-brasil-abandonou-os-trens-e-ferrovias
O especialista afirma que o Brasil não tem demanda para trem de passageiros. Essa é a mentalidade de economistas e gestores brasileiros.
Excelente que darão continuidade a obra. Mas e a indenização das desapropriações para várias famílias que ainda estão aguardando?