Tecnologia que vai melhorar a Linha 3-Vermelha segue sem prazo para operar

Metrô de São Paulo estaria realizando testes finais com sistema de sinalização CBTC antes de iniciar operação assistida, mas companhia atribui indefinição à fornecedora do sistema
Trem da Linha 3-Vermelha (Jean Carlos)
Trem da Linha 3-Vermelha (Jean Carlos)

A Linha 3-Vermelha é hoje a única entre os ramais metroviários de São Paulo a operar com o sistema ATC de sinalização e controle de trens.

Menos precisa, essa tecnologia faz com que os intervalos entre as viagens sejam menos regulares além dela não “conversar” com as portas de plataforma, que estão sendo implantadas em suas estações.

A solução é o CBTC, um sistema de sinalização por ondas de rádio e que foi implantado nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 4-Amarela, 5-Lilás e 15-Prata. Também será usado nas linhas 6-Laranja, em construção pela Linha Uni, e 17-Ouro, de monotrilho.

No caso da Linha 3, a conversão para o novo padrão é responsabilidade da Alstom, que detém um contrato que também englobou as linhas 1 e 2. Mas o processo de testes no ramal tem levado muito tempo.

Sinaleiros CBTC (Jean Carlos)
Sinaleiros CBTC (Jean Carlos)

O sistema já está em implantação na Linha 3 há pelo menos três anos e o Metrô previa colocá-lo em operação no final do ano passado.

No entanto, atrasos motivaram a companhia do estado a deixar de divulgar um prazo. Em vez disso, um relatório mensal de projetos cita que o CBTC está “em reprogramação”.

Prazo depende da Alstom

O grande desafio em mudar um sistema de controle de trens em uma linha em operação é justamente encontrar tempo para testes. Como o ramal não pode simplesmente parar de funcionar, é preciso utilizar as poucas horas disponíveis na madrugada e às vezes aos finais de semana.

O CBTC também requer ajustes constantes para ter uma confiabilidade similar ao ATC, que é usado há décadas. E cada linha é um caso à parte.

Portas de plataforma de Barra Funda iniciaram operação (Jean Carlos)
Portas de plataforma de Barra Funda em operação (Jean Carlos)

Na Linha 2-Verde, a primeira do contrato com a Alstom, foram muitos anos de desenvolvimento enquanto a Linha 1-Azul teve um período de implantação até curto.

Com movimento pendular, a Linha 3-Vermelha exige ainda mais cuidado porque qualquer imprevisto resulta em caos. Basta ver o problema com um trem que afetou a operação na terça-feira, 26.

O site consultou o Metrô sob um possível prazo para o CBTC entrar em operação, mas a companhia não arriscou uma data. Em nota, ela atribuiu à falta de um prazo à evolução dos testes, sob responsabilidade da Alstom.

Veja nota na íntegra:

“O prazo para início da operação comercial do CBTC na Linha 3-Vermelha depende da evolução dos testes deste sistema, que são feitos pelo fornecedor do Metrô.

Os testes são feitos com limitação de tempo, fora da operação comercial, para não interferir no atendimento ao passageiro, além de concorrerem com outras atividades essenciais de manutenção que têm a prioridade de execução.”

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10 comments
  1. Alstom atrasou para entregar os trens da ViaMobilidade e está atrasando para entregar o CBTC da Linha 3, a Alstom junto com a CCR não deveriam mais participar de novas licitações enquanto não resolverem os problemas que tem com as licitações/concessões atuais.

    1. Se fosse assim, São Paulo não teria metrô.

      O sistema ATO na Linha 1 do Metrô levou 14 anos para ser implantado pela Westinghouse.

      1. Como demorou 14 anos se demorou 6 anos pra ser construída toda a linha e ela inaugurou com ATO? Explica essa pra gente ivo

  2. Nesse caso, seria melhor que algumas estações fossem fechadas no domingo e o sistema Paese fosse acionado, já que, pela nota oficial, entende-se que não está tendo tempo hábil para evolução dos testes.

    1. Na vdd não, a linha funciona por inteira, testar o sistema só num trecho não tem sentido, teria q fechar a linha toda pra conseguirem fazer testes complexos o suficiente pra linha completa

  3. deixo o meu muito obrigado aos operadores da linha vermelha que tiram leite de pedra na operação dessa linha.
    Vocês tiram o máximo da capacidade da linha

  4. Pra variar, a empresa privada puxa o freio pra renegociar contratos que passam do prazo. Aí, em vez de multar, o Governo perdoa as dívidas.

    E quem sofre é o povo.

  5. A L3 deveria ter sido a primeira a receber portas de plataforma e CBTC, é de longe a linha mais crítica do sistema.

    1. Por isso mesmo não foi a primeira a receber CBTC, pois o sistema precisava estar bem amadurecido (e com todas as pendências solucionadas) para ser implantado e entrar em operação numa linha mais movimentada (Linha 3), daí fazer uso da Linha 2 para tal.

      Porém, acredito que a L3 poderia ter sido a segunda linha a ser beneficiada, depois da L2 e antes mesmo da L1.

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