O edital de concessão do Trem Intercidades Eixo Norte foi publicado nesta sexta-feira, 31. Trata-se de um pacote de mobilidade sobre trilhos que reúne a Linha 7-Rubi, o Trem Intermetropolitano e o serviço expresso propriamente dito, que ligará São Paulo e Campinas em cerca de 1 hora.
Entre as primeiras informações checadas por este site estão as características técnicas dos trens que serão usados pela futura concessionária. Ela contará com a atual frota de 30 trens da Série 9500, fabricadas pela Rotem, e que passarão por algumas atualizações.
A empresa que vencer o leilão também deverá adquirir mais sete composições semelhantes à Série 9500 e que complementarão a oferta de trens para atender não apenas a Linha 7-Rubi (Barra Funda-Francisco Morato) como o Trem Intermetropolitano, um serviço parador entre Francisco Morato e Campinas.
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Por fim, haverá a encomenda de 15 trens regionais movidos a eletricidade e alimentados por catenárias. Serão os primeiros modelos desse tipo a operar em viagens regionais no país e por isso havia uma grande expectativa sobre seu desempenho e aspectos principais.
A informação mais relevante é que os trens do serviço expresso terão uma velocidade máxima de 140 km/h, portanto, abaixo de trens de média (200 km/h) e alta velocidades (300 km/h ou mais).
Como a velocidade média esperada no percurso é de 120 km/h, possivelmente o governo optou por exigir um desempenho pouco acima do que atendem os trens metropolitanos.
Confira a seguir outros detalhes sobre os trens que estão no edital:
- Características compatíveis – o governo pretende que todos os trens possam circular não apenas nas vias da concessão mas também nas linhas da CPTM e ViaMobilidade (Linhas 8 e 9). Para isso, a bitola padrão é de 1.600 mm, a alimentação, de 3,0 kVcc, e as dimensões e capacidade de tração e frenagem.
- O sistema de sinalização, naturalmente, será único por conta do compartilhamento pelos três serviços.
- Single ou double decker – ao contrário do que se previa, o governo preferiu deixar a escolha do tipo de trem expresso para a concessionária. Ela poderá optar por trens de um andar com 12 carros e até 300 metros de comprimento, ou de dois andares, com 150 metros;
- Capacidade dos trens: no caso do trem “single decker”, ele deverá comportar até 1.100 passageiros, divididos em dois TUEs de seis carros. Os trens “double decker”, por sua vez, poderão acomodar menos passageiros – com 860 assentos.
- Open gangway – todos os trens terão passagem livre entre os carros.
- Disposição dos bancos – será possível configurar os assentos com arranjos 2+2 ou 3+2. Todos eles deverão ter apoios rebatíveis para os braços.
- Mesas retráteis – como em serviços regionais mundo afora, as composições terão mesinhas retráteis atrás dos assentos ou, caso de bancos de frente para o outro, uma mesa integral.
- Tomadas – além de uma tomada de 220V em cada salão, haverá outra tomada de energia de 127V em cada assento além de uma saída USB-A para carregamento de dispositivos móveis. Todas elas com proteção para crianças.
- Porta-bagagens – os porta-bagagens serão instalados sobre os assentos e, no caso dos trens double decker, embaixo dos bancos desde que não atrapalhem os demais passageiros.
- Lavabos – as composições contarão com banheiros, incluindo os acessíveis.
- Carro-restaurante – não notamos menção a um possível serviço de comida e bebidas a bordo.
- Ruído – o salão de passageiros não poderá atingir 60 décibeis quando trem estiver parado ou 68 décibeis em velocidades de 120 km/h ou maior.
- Telas e Wi-fi – também esperado, haverá telas coloridas que apresentarão as informações da viagem, outros serviços e publicidade. A concessionária também deverá providenciar Wi-fi aos passageiros.
- Estrutura dos trens – o edital prevê que as composições tenham revestimento de alumínio ou aço inoxidável.
- Desempenho – em nível, os trens deverão dispor de uma aceleração não inferior a 0,7 m/s², entre 0 e 40 km/h, já a aceleração máxima deverá ser de pelo menos 0,25 m/s².
2023 e os caras fazendo trem regional de 140km/h
Tá se vendo que você não é do ramo, não entende nada de ferrovias
Esse vai ser o TBV: trem de baixa velocidade. Mas como disseram no outro post, não vai sair. A CCR vai pegar a Linha 7 e ir empurrando esse projeto com a barriga.
Tempos esperando essa notícia! Trouxeram as especificações para a realidade tornando viável o projeto.
Bem detalhado como sempre Ricardo. Fiquei surpreso com a especificação de 1.600 no Regional, mas vai ter trechoa inevitáveis de compartilhamento.
Onde eu consigo baixar o edital, por favor?
Oi Henrique: nesse endereço: https://sis.cptm.sp.gov.br/DataRoom/
Causa estranheza esta insistência em se fazer mesmo após a divulgação dos valores desembolsados pelo Estado nos custos das passagens nestas concessões de acordo com planilha do Plamurb 05/22 elaborada pelo Thiago Silva nas Linhas 5, 8 e 9 operadas pela ViaMobilidade e na linha 4 operada pela ViaQuatro e recentemente atualizadas e a matéria: “Com prejuízo de quase R$ 1 bilhão, Metrô de São Paulo vê situação financeira se agravar” sendo que o atual governador eleito informou durante a campanha o compromisso de retomar as 8 mil obras em andamento, sendo que o Ministério Público constatou ~40 obras paralisadas do Metrô/ CPTM, será que devemos continuar acreditando!? Não se justifica que por conta de quaisquer concessões perniciosas que um TIC-Trens Intercidades tenham preferencias com relação aos Trens Metropolitanos que beneficiam muitos mais usuários, tratando-se de um enorme retrocesso na qualidade da mobilidade urbana.
Concessionárias privadas recebem:
Via Quatro: R$6,32 por passageiro
Via Mobilidade (Linha 5): R$2,45 por passageiro.
Via Mobilidade (Linhas 8 e 9): R$3,64 por passageiro.
Metrô recebe R$2,07 para cada passageiro que embarca, enquanto opera uns 60 km de vias, enquanto isso, para a Via Quatro, que opera só 12km, com as melhores condições possíveis sem cargueiros compartilhados em questão de tecnologia disponível e trajeto não pendular, recebe R$6,32 por passageiro que embarca, por que será que o metrô tem dificuldade de receita?
Se reembolsa pelo Estado valores atualizados anualmente absurdamente maiores para operadora privada do que para operadora pública!
A dúvida é: O que ganhou o Sr. Rodrigo Garcia e o PSDB e o que ganha o Sr. Tarcísio de Freitas e seu partido em insistir em manter tais concessões que são claramente dispendiosas e danosas a população e ao Estado?
A CCR se mostra incompetente e despreparada para gerir essas linhas e aceitem transporte público metropolitano tem que ser por estatal. Não foram feitos para dar lucro a acionistas!
A certeza é de que estão procrastinando a questão do cancelamento do contrato com a VEM ABC (operadora do monotrilho) pagando uma multa astronômica ~R$1 bilhão, Quando se aguardava que finalmente tivesse prosseguimento o julgamento, o Ministro Gilmar Mendes, devolvendo ao plenário em 17 de fevereiro alegando um “equívoco”, para continuar retendo o julgamento do repasse sem licitação do aditivo assinado pelo ex-presidente da EMTU e novo secretário dos Transportes Metropolitanos Marco Antonio Assalve e a Metra (NEXT Mobilidade), no contrato do Corredor ABD teve comprovadamente vultosos acréscimos irregulares sem licitação e ainda estão sendo investigadas pelo TCU-Tribunal de Contas do Estado e MPE-Ministério Público Estadual, deveriam ser anuladas, Dória, Garcia, Baldy e Morando tem ligações com estas perniciosas concessões.
Saídas USB-A em um trem que tem previsão de ser lançado na proxima década, considerando que o USB-C já está sendo padronizado mundialmente, é uma escolha duvidosa.
Faz de conta que vai sair do papel. Quem sabe em 2090?
Como diziam que a velocidade média seria de 100 km/h, se for entre 120 e 140 km/h já fica bem interessante! Em tese a viagem levaria bem menos de 1 hora. Vamos aguardar os próximos capítulos.
Lamentável não ser de média velocidade. Ajudaria muito o usuário fazer essa viagem em pouco menosde 30 minutos.
Infelizmente, a solução acaba deixando a desejar
Se é para fazer um trem, me pergunto o porquê não ser de alta velocidade! Por que essa insistência na mediocridade!!??
O que lamento neste caso é a extinção do serviço 710 que são os trens que vão de Jundiaí a Rio Grande da Serra. Isto vai prejudicar muita gente. Infelizmente o governo do Estado de São Paulo não se preocupa com isto.