Tribunal de Contas do Estado discutiu retomada das obras da Linha 6-Laranja com o governo

Presidente do TCE e o relator do projeto realizaram vídeoconferência na quinta-feira para serem atualizados sobre a entrada da Acciona na parceria público-privada
Fábrica dos anéis dos túneis da Linha 6-Laranja, em Perus
Fábrica dos anéis dos túneis da Linha 6-Laranja, em Perus

Ainda sob suspense de um novo adiamento do prazo de caducidade, a Linha 6-Laranja do Metrô foi tema de uma vídeoconferência entre o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, e membro dos Tribunal de Contas do Estado na última quinta-feira, 18. Na reunião virtual, o governo esclareceu aspectos da retomada da obra, que está parada desde setembro de 2016.

Participaram da videoconferência o presidente do TCE, Edgard Camargo Rodrigues, e o conselheiro Antonio Roque Citadini, que é relator do processo de implantação do ramal. A nota do órgão pode dar pistas de um possível desfecho positivo na semana que vem, quando vencerá o prazo de caducidade do atual contrato com a Move São Paulo. Para tentar buscar uma saída negociada, a gestão Doria tem postergado essa data-limite várias vezes – a data atual é 22 de junho, segunda-feira.

Baldy, que costuma compartilhar suas ações em redes sociais, publicou a nota do TCE com a hashtag “transparência”, porém, não comentou o fato nem confirmou a informação do órgão de que a Acciona “assumirá as atividades após vencido o prazo de caducidade decretado pelo Governo Estadual, que se encerra no dia 22 de junho“.

O site apurou que as conversas entre o governo e a Acciona estão ocorrendo nos últimos dias e que seguem sendo analisados os documentos do novo contrato de Parceria Público-Privada (PPP), mas sem uma definição ainda. Da última vez que protelou o prazo de caducidade, há um mês, o governo do estado justificou a medida por conta da dificuldade dos executivos da Acciona de virem ao Brasil por conta da pandemia.

Obra deveria ter ficado pronta em 2020

A Linha 6-Laranja é a primeira PPP integral do setor ferroviário no Brasil. Foi lançada no início da década pela gestão Alckmin e que recebeu apenas uma proposta, do consórcio Move São Paulo, formado pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, além de fundos de investimentos. As obras começaram em 2015, mas foram interrompidas no ano seguinte por falta de recursos financeiros, causados pela operação Lava Jato que afetou as três construtoras.

Com 15,3 km de extensão e 15 estações subterrâneas, o ramal ligará a Brasilândia à estação São Joaquim, passando por bairros como Freguesia do Ó, Pompéia, Perdizes, Pacaembu, Sumaré e Bela Vista. A expectativa é de possa transportar diariamente 630 mil passageiros. No cronograma original, a Linha 6 deveria ter sido inaugurada justamente neste ano.

Diagrama das estações da linha 6 Laranja
Diagrama das estações da linha 6 Laranja

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  1. Esta obra parou por problemas do Lava Jato. Daí governo Lula passou, governo Dilma/Temer (+escandaloso ainda) passou, governo Alckmin passou, alguns se deram bem, outros se deram “mal” e o dinheiro destes escândalos que deveria “custear” obras para mais conforto da população EVAPOROU.
    Precisa avisar o gov Dória, pra se cuidar com calo, de tanto empurrar este projeto “de barriga”.

    1. O problema da lava jato é que não pegaram as pessoas que roubaram, acabaram com as empresas brasileiras. Em qualquer país sério, em casos de corrupção, se prende os corruptos e corruptores, mas não punem as empresas. A Odebrecht empregava mais de 200 mil funcionários, hoje deve ter menos de 10% disso. E aí vemos os governos atuais querendo entregar obras e projetos nas mãos de estrangeiros. Brasil só começando do zero

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