A matriz elétrica será a principal fonte de energia para os trens do TIC que deverão circular entre São Paulo e Campinas. Para o futuro é previsto que o sistema de energia deva ser aprimorado e ampliado.
O governo do estado definiu uma série de diretrizes para o dimensionamento do sistema que poderá servir de base para o projeto final que será implantado pela futura concessionária. Todo o procedimento deverá ser apreciado pelo poder concedente que dará ou não aval para as modificações.
Antes de tudo, é necessário compreender a situação atual do sistema elétrico da CPTM. Em linhas gerais esse sistema é composto pelas subestações de tração de alta tensão utilizadas para a alimentação dos trens e o sistema de sinalização. Atualmente a rede aérea da Linha 7-Rubi abrange todo o trecho entre Barra Funda e Jundiaí, excluindo alguns desvios e áreas específicas de alguns pátios.
A alimentação é feita através de cinco subestações de energia: são elas a SE Tietê, SE Caieiras, SE Francisco Morato e SE Campo Limpo Paulista. Todas estas subestações possuem uma potência instalada equivalente a 46 MW.
Entre o 4º e 6º ano da concessão está previsto um incremento substancial na potência instalada na Linha 7-Rubi. Com a chegada do serviço expresso e do TIM, a potência total será mais que duplicada, atingindo a marca de 107 MW. Esta configuração deverá ser suficiente para suprir todos os serviços até o fim da concessão.
O planejamento proposto é de que o trecho entre Jundiaí e Campinas, atualmente sem eletrificação, possa ser novamente servido com o sistema de alimentação elétrica. Deverão ser construídas quatro novas subestações, sendo elas a SE Jundiaí, SE Louveira, SE Valinhos e SE Campinas. A previsão é que até o 4º ano de concessão o trecho já esteja apto ao retorno dos trens elétricos.
Para o trecho entre Jundiaí e Barra Funda está previsto o reforço das subestações de Jaraguá, Caieiras e Francisco Morato. Uma nova subestação deverá ser construída na região da estação Água Branca. A previsão é que este incremento ocorra até o 6º ano de concessão.
É importante apontar questões especiais quanto ao dimensionamento do sistema de energia. A ampliação da potência instalada foi definida levando-se em consideração algumas premissas operacionais. Uma delas é a operação aprimorada da Linha 7-Rubi para o cenário onde os intervalos possam atingir até 3 minutos.
Para que a operação do sistema possa ocorrer dentro dos prazos previstos é recomendado que todos os componentes e sistemas já estejam instalados e comissionados pelo menos um ano antes da operação dos serviços. Neste quadro se incluem o TIC e o TIM.
A construção da subestação Água Branca é estratégica. A ideia é que a nova estrutura dê o suporte necessário para a SE Tietê e também propicie a segregação energética entre as Linhas 7 e 10. Segundo os documentos da concessão a SE Pari, que se localiza entre Luz e Brás, deixará de fornecer energia para a Linha 7.
Administrativamente a concessionária deixará de realizar ressarcimentos para a CPTM devido ao uso do sistema de energia interligado. Pelo lado operacional, constata-se mais uma vez que a ideia de repassar as Linhas 7 e 10 num único pacote está descartada, levando-se em conta o conteúdo que se apresenta atualmente na consulta pública.
O cenário de operação que o novo concessionário deverá implantar leva em consideração a seguinte formatação:
Na Linha 7-Rubi a operação deverá se iniciar com 21 trens nos horários de pico e intervalo médio de 4 minutos. A partir de 2035 um total de 24 trens deverão circular nos horários de pico com intervalo médio de 3 minutos e 30 segundos. Serão utilizados trens da série 9500.
No serviço do Trem Intermetropolitano entre Francisco Morato e Campinas deverão operar até nove trens no horário de pico com intervalo médio de 15 minutos. A operação deverá ser realizada com composições de desempenho semelhante aos trens da série 9500.
No serviço expresso do Trem Intercidades haverá a operação com 12 trens nos horários de maior movimento e intervalo de 15 minutos. A partir de 2035, se as previsões de demanda se cumprirem, poderá haver a necessidade da utilização de composições duplas. Os trens utilizados pelo serviço poderão ser trens longos com 300 metros, ou comboios com dois andares e 155 metros de comprimento.
Tendo em vista estas premissas, o concessionário irá formatar o novo sistema de energia de tração que, segundo as previsões da consulta pública, deverá estar plenamente operacional até 2026. A configuração das subestações e cabines seccionadoras deverá ser feita desta forma:
No quadro abaixo é possível ver de forma mais detalhada os dimensionamentos para as novas subestações e para aquelas que deverão ser readequadas: