Veja como ficou a Estação Jardim São Paulo após a inundação de sexta-feira

Metrô de São Paulo recuperou a estação durante o último final de semana. Marcas do evento extremo ainda estão presentes em alguns pontos da edificação
Estação Jardim São Paulo (Jean Carlos)
Estação Jardim São Paulo (Jean Carlos)

O Metrô de São Paulo voltou a operar a Estação Jardim São Paulo após uma forte tempestade que inundou a estação na última sexta-feira, 24. No local, entretanto, ainda é possível ver marcas da força das águas que tomaram o ambiente.

O site foi até a estação para conferir de perto como foi a recuperação realizada. As equipes do Metrô atuaram – e ainda atuam – para o pleno restabelecimento das condições operacionais da estação.

Cabe ressaltar que o intuito dessa matéria não é desmoralizar o trabalho realizado que, nota-se, foi hercúleo dadas as circunstâncias da ocorrência, mas sim mostrar o estado real da estação após os eventos.

Plataforma

A região das plataformas e vias foi duramente afetada pela inundação. O que se percebe à primeira vista são restos de pequenas sujidades incrustadas no piso de borracha proveniente da terra e lama. Não foram vistos elementos como lixo em toda e extensão da plataforma.

Alguns detalhes como marcações das portas dos trens e sinalização de carro preferencial foram danificados e precisarão de reparos pontuais.

Nas vias foi realizada uma limpeza profunda. Observa-se ainda rastros de umidade no fundo da via e no terceiro trilho. Em poucas partes é possível ver pequenos papeis e plásticos, mas que não caracterizam necessariamente sujeira grosseira.

Mezanino

Na região do mezanino, as circunstâncias são as mesmas, com o piso de borracha marcado por poeira remanescente da lama que afetou a estação. Em alguns espaços como alçapões parte do piso de borracha foi removido.

Nas laterais da estação existem espaços para ventilação natural. Foi por onde boa parte das águas entrou. Nessas regiões, nota-se a presença de lama. Em um dos canteiros é possível notar um pedaço do gramado que foi arrancado até a raiz pela força da enxurrada.

Sistemas

No que se refere a sistemas, observa-se que a maioria dos essenciais está em operação. Bilheteria, linha de bloqueios e SSO estavam funcionando.

O elevador da estação não estava operacional e possivelmente deverá receber reparos posteriormente.

O sistema de telas na estação, que permite visualizar o tempo de espera para o próximo trem, estava operacional e não foi afetado.

Nas vias alguns equipamentos, possivelmente do sistema de energia, chegaram a ser removidos para reparos. Ao fundo da estação era possível observar um funcionário trabalhando no reparo de alguns equipamentos em salas técnicas.

Conclusão

A Estação Jardim São Paulo está em condições de operar normalmente. Com exceção de alguns aspectos estéticos de menor importância e do elevador, a experiência do passageiro em geral não está comprometida.

A estação já tem um sistema de controle de alagamentos com acessos em nível mais elevado, represando a água. Porém, com a frequência cada vez maior de eventos extremos será necessário rever medidas e procedimentos para minimizar o impacto na operação.

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  1. Meu avô enviou uma carta para a Folha em 1986 criticando alguns detalhes do projeto da extensão norte da linha 1, entre eles a escolha de construir a estação Jardim São Paulo subterrânea num lugar que é praticamente o fundo de um vale. Ele sugeria construir a estação em elevado, como são as vizinhas Santana e Parada Inglesa. Com certeza o resultado final seria mais feio, mas teria evitado o alagamento. De qualquer forma, não é como se a estação alagasse em toda a chuva, deve ter sido uma das poucas vezes nos quase 30 anos de existência que ela chegou a ter problemas com a chuva, então não acho que tenha sido um erro fazer a estação subterrânea.

    Curiosamente, os terrenos onde passam os túneis que chegam à estação pertencem ao Metrô (e são até hoje desabitados), então construir a estação em elevado não teria custado mais em desapropriações.

    Outro ponto interessante é que um córrego canalizado passa por dentro da estação. É uma estrutura de uns 2 metros de diâmetro que pode ser vista tanto do mezanino quanto da plataforma. Quando vi as primeiras notícias sobre o alagamento na sexta-feira, cheguei a imaginar que poderia ser algo relacionado a isso (felizmente não era). Ele deságua naquele córrego que passa por dentro do Parque da Juventude, e que acaba no Rio Tietê.

    1. Pela sua descrição, a futura estação Bosque Maia da Linha 19 terá as mesmas características.
      Ela será subterrânea num fundo de vale com um córrego passando por ele.
      Será que alguém aprenderá algo com esse incidente durante a construção desta?

    2. A tubulação que passa por dentro da estação é uma adutora da Sabesp, boa parte do trecho subterrâneo entre Santana e Parada Inglesa é uma faixa de domínio da Sabesp, o que poderia (em tese) complicar as obras. Porém acho que a escolha da opção subterrânea tenha mais a ver com a comunidade do entorno, aquele pedaço da Zona Norte é bem valorizado e possui muitos moradores influentes, tanto que conseguiram cancelar a implantação do terminal de ônibus previsto para a estação, acredito que o Metrô não teria força política para fazer um elevado naquela região.

      Sobre a inundação ser atípica, seria interessante conhecer qual o tempo de retorno de chuvas considerado no projeto. A estação Anhangabaú também fica num vale que sempre alaga e desconheço que ela tenha sido inundada alguma vez.

      O melhor que poderíamos ter nesse caso é uma investigação séria e transparente, mas duvido que Metrô, Prefeitura e GESP estejam interessados nisso.

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