O ar quase bucólico e residencial próximo à rua Vergueiro e mesmo a atual estação da Linha 2-Verde em nada antecipam o “formigueiro humano” que circulará diariamente a cerca de 30 metros da superfície daquela região. Estamos falando de Chácara Klabin, futura estação terminal da Linha 5-Lilás e ponto de conexão com sua homônima.
Prevista para ser inaugurada em julho, juntamente com a nova estação Santa Cruz, a nova parada guarda significativas diferenças com a primeira, cujo projeto original nunca previu uma integração. O site Metrô CPTM conheceu a nova estação Chácara Klabin nesta segunda-feira (28), a poucas semanas de sua conclusão. Como em qualquer obra na reta final há muita confusão, equipamentos, peças e pequenos serviços em execução, mas foi possível entender como ela melhorará a mobilidade na rede metroferroviária.
E não é à toa: a estimativa do Metrô é de que Chácara Klabin movimente diariamente cerca de 100 mil pessoas. É mais do que a soma da Arena Corinthians e da Allianz Parque, do Palmeiras, os mais novos estádios de futebol da capital paulista. Apesar disso, ela deverá ser a terceira mais movimentada da linha, atrás de Capão Redondo, na outra ponta, e claro de Santa Cruz. Veja a seguir nosso relato, imagens e o vídeo:
Planejamento que deu certo
A maior surpresa em nossa visita foi constatar que a ligação entre as duas plataformas não é apenas espaçosa mas também curta. Serão necessários apenas dois lances de escada para chegar à Linha 2 a partir da plataforma da Linha 5. Todo o fluxo se dirigirá para a ponta ‘norte’ da estação onde estão as 12 escadas rolantes e dois elevadores que levam ao mezanino. De lá o passageiro seguirá nos acessos já previstos para a Linha 2. E aí está a beleza do projeto. Ao contrário de outras estações como Pedro II (Linha 3) em Chácara Klabin o projeto original foi aproveitado como planejado.
Parte da estação da Linha 5 foi construída numa estrutura já existente da Linha 2, inclusive o elevador que leva até a plataforma da estação original atenderá ambas as linhas. O benefício disso é que o usuário perderá pouco tempo para mudar de linha, ao contrário de Santa Cruz, onde dois fatores complicaram a ligação. O primeiro é que a estação da Linha 1-Azul teve de receber pesadas adaptações para comportar o fluxo de baldeação, mas o principal problema é que, por ficar numa elevação, a parada da Linha 5 precisou ser profunda. Com isso, será necessário subir cinco pisos para chegar ao nível das plataformas da Linha Azul, um exercício semelhante ao realizado na estação Pinheiros da Linha 4-Amarela.
Como vai aproveitar a infraestrutura da primeira estação, Chácara Klabin da Linha 5 não acrescentará bloqueios ou nova entrada aos passageiros. Nem mesmo o conhecido edifício técnico de outras estações será preciso já que irão aproveitar a estrutura da Linha 2, mas com separações por conta da concessão da Linha 5 para a Via Mobilidade.
O passageiro que sair da Linha 2 descerá uma das escadas existentes no centro da plataforma e encontrará uma linha de contadores (semelhantes às catracas de bloqueios mas sem cobrança de passagem) em forma de “U”, bem ao lado da sala do SSO. Assim como Santa Cruz e Hospital São Paulo, Chácara Klabin possui uma plataforma escavada em formato elíptico, mas com pé direito bastante alto. O que seria um poço circular central como em Pinheiros nesse caso virou uma saída de emergência e salas para equipamentos e ventilação.
Conforme prometido pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos, a estação recebeu as portas de plataforma, que estão em falta em outras paradas. Curiosamente, o nome que constava nas caixas era de “Hospital Station”, talvez se referindo à Hospital São Paulo, que não terá PSDs no início. Segundo o Metrô, o trabalho de montagem começou em Santa Cruz primeiro.
Horizonte de inauguração
Apesar de questionado, o Metrô não forneceu mais detalhes sobre a possibilidade de inauguração da estação, além da informação do mês de julho. No dia da visita, havia muito trabalho a fazer na instalação das escadas rolantes, elevadores e outros sistemas como o de bloqueios/contadores. Era possível ver os espaços para hidrantes e extintores assim como a enorme tubulação de ventilação e exaustão na cor cinza. Ela deve ser instalada nas próximas semanas assim como parte dos reparos e acabamento da parte civil também ocorrerá na reta final.
Como as fotos revelam, o consórcio responsável pela obra já havia iniciado a instalação das placas de comunicação visual, um dos últimos serviços. É possível crer que a estação poderá ser finalizada em junho para permitir que os testes com os trens (e parte mais vital para a inauguração) sejam realizados. A contagem regressiva para a “invasão dos 100 mil” está chegando ao fim.
Colaborou Fernando Galfo
Parabéns, mais uma vez, pelo excelente trabalho, RMeier…
Excelente trabalho Ricardo !!!
No canal do metrosp no YouTube, só mostra a estação por fora e parecia que não seria concluída a tempo. Na sua matéria deu pra ter a real noção do andamento da obra e como será a integração com a linha 2.
Muita coisa para fazer e meia duzia de gato pingado trabalhando na parte civil da obra.
Já começo a acreditar que não entrega em Julho, mas sim no terceiro trimestre mesmo (até Setembro)…e ainda terá o longo período de operação assistida com horário reduzido….
Dado que não tem nenhuma credibilidade…..só acredito,VENDO!
Mas o povo merece isso, para aprender a votar certo e não votar sempre nos mesmos!
Otima matéria!
É o Governo de São Paulo trabalhando por você.
Roubando também. Merenda, superfaturamento em metrô… e têm pelego que vai lá e insiste. Affff
Piada né. 4 anos de atraso e tenho que ler isto!
Ricardo, haverá estrutura para deixar a bicicleta na estação?
Parabéns pelo belo trabalho!
Oi Bernado, olha, acredito que não porque a estação não tem uma área externa própria, apenas a da Linha 2. Mas no dia da inauguração podemos verificar isso.
Obrigado ! Vou acompanhar pelo site a inauguração!
Ricardo, parabéns, muito boa a matéria como sempre.
Será que não pode fazer isso com Santa Cruz para conhecermos melhor também?
Abraço.
Obrigado, Deivid. E vale um crédito também ao Fernando Galfo que conseguiu essa visita. Pois é, mostrar Santa Cruz e seus sete níveis seria bárbaro. Vamos tentar ver se o Metrô topa também. Abraços.
Só para informar melhor, o Allianz Arena , ser localiza em Munique, Alemanha
Boa, Gilberto, isso que dá não ser torcedor do Palmeiras. Corrigido…obrigado!
Parabéns ao blog e obrigado pela matéria! Será uma estação muito útil ao pessoal da zona Sul e tbm será bastante moderna. Pegar metrô no Capão Redondo pra ir na Av.Paulista fazendo uma baldeação apenas é algo que nunca imaginei. Ansioso pra caramba!
Vcs tentaram conseguir uma visita à estação Santa Cruz? Tentem uma visita lá, por favor! Agradecemos desde já!
E uma pergunta: será que essa estação será tão movimentada quanto a Sé, Luz ou Barra Funda?
Sem querer desanimar as pessoas que terão a vida facilitada com a entrega das novas estações da linha 5.
Mas coloquem no mínimo mais 4 meses de obras!
voce esta enganado felipe ,pois ate o dia 10 de junho estara funcionando em em operação assistida por questão de segurança. isso e obra do governo Geraldo DALI TUCANO
Não entendi a referência ao ex-governador. Poderia explicar?
Com a conclusão das obras o impacto no fluxo de passageiros será significativo para a rede, arrisco dizer que a mesma já está saturada no que diz respeito a sua demanda; visto que os constantes atrasos na execução do projeto contribuíram para tal.
Nossa, temos um especialista aqui no blog!
Tomara que esses projetos saiam do papel para a vida real de milhares de pessoas. Gostaria de alguém que escrevesse sobre o absurdo da distância entre as estações CONSOLAÇÃO da Linha Azul e a estação PAULISTA da linha amarela. Não dava para fazer uma sobreposta à outra, como na SÉ, PARAÍSO e outras que tem conexões em diferentes linhas? Outro detalhe: porque não construir várias entradas e saídas naquele longo túnel entre as estações Consolação e Paulista?