Quem passa pela avenida Santo Amaro na altura do cruzamento com a avenida Roque Petroni Jr. deve ter notado um totem do Metrô instalado. É a futura estação Brooklin, que já está praticamente com os trabalhos finalizados. Ela, é inclusive, a parte mais adiantada as obras de ampliação da Linha 5-Lilás, que já duram ao menos seis anos. O blog teve acesso a algumas imagens internas da estação que antecipam alguns detalhes e impressões.
Assim como várias outras estações, Brooklin conta com um acesso principal cuja cobertura foi construída em formato ovalado, um recurso já usado no metrô de Paris. É essa estrutura que chama a atenção de quem passa por perto da estação, assim como o prédio revestido de vidros pretos e que serve para instalação de equipamentos técnicos necessários a operação.
Uma característica dessas novas estações é a necessidade de um piso intermediário extra antes de se chegar à plataforma. Quem descer as escadas da parada chegará ao primeiro piso onde ficarão os bloqueios e onde já existe a bilheteria blindada. Ao passar pelos bloqueios ele descerá mais um lance de escada e então chegará às escadas que levam ao piso de embarque.
Como nesse trechos os túneis são singelos, ou seja, só permitem a passagem de um trem por via, a plataforma de Brooklin é central. Em janeiro, ela já recebia o piso bem como instalações elétricas e de iluminação. É possível notar ainda as catenárias (por onde será fornecida a energia elétrica dos trens) instaladas em uma das vias.
Luz natural
Construída pelo consórcio Andrade Gutierrez-Camargo Correa, a estação Brooklin faz parte do lote 3, que inclui também alguns poços de ventilação e também a escavação dos túneis e instalação dos trilhos e sistemas. É, na prática, a fase mais adiantada de toda obra, em parte por conta da utilização de um método de escavação inédito que permitiu que as paredes da estação pudessem ser rapidamente concluídas.
O projeto da estação, com cinco poços circulares (como Adolfo Pinheiro) privilegia a iluminação natural, que chegará até o nível da plataforma. Assim como em outras estações do Metrô, haverá ventilação natural também além de jardins nas laterais.
Mas, apesar de parecer próximo de ser entregue, Brooklin deve ficar fechada por vários meses. O problema é que outras etapas do projeto estão atrasadas. Além das duas estações próximas (Borba Gato e Alto da Boa Vista) encontrarem-se num estágio um pouco mais anterior, a abertura do trecho depende do funcionamento do sistema de controle de trens CBTC. Ele está em fase final de testes antes de passar a ser usado em horários restritos – sem ele não é possível usar os novos trens da Frota P vitais para expandir a linha.
De quebra, ainda temos a licitação de concessão da Linha 5 em conjunto com o monotrilho da Linha 17. O Metrô deve publicar o edital em breve, mas há receio que a decisão política de manter as tarifas de transporte público pelo governo do estado possa afastar possíveis interessados. Enquanto isso, resta admirar o totem e torcer para que outras coisas fiquem prontas.