O extenso e bastante detalhado Relatório Integrado de 2019 do Metrô de São Paulo traz inúmeras e importantes informações que estão sendo apresentadas pelo site desde o começo desta semana, como a presença da Linha 16-Violeta nos planos da companhia pela primeira vez. O documento, no entanto, apresenta mais ações e metas importantes e algumas pouco comentadas como a modernização do Centro de Controle Operacional.
Veja a seguir as principais metas, comentadas pelo site:
Modernização do CCO – Objetivo: assinar contrato.
O site tentou encontrar qualquer licitação recente a respeito dessa modernização do Centro de Controle Operacional sem sucesso. Mas se trata de um aspecto importante diante da evolução das linhas da companhia e a necessidade de implantar outras tecnologias como a que fará o monitoramento eletrônico das estações.
Aquisição de 44 trens – Publicar o chamamento público para fornecimento.
A nova encomenda de 44 trens foi anunciada pelo secretário Alexandre Baldy no ano passado e inclui 22 composições para a expansão da Linha 2-Verde e outros 22 para ampliar as frotas das Linha 1 e 3.
Sistema CBTC – Iniciar a operação comercial da Linha 1-Azul e da Linha 3-Vermelha.
Atualmente em instalação em ambas as linhas, o sistema CBTC, no entanto, deve frustrar os planos anunciados no relatório. Em outro documento do Metrô, consta que a versão final do sistema tem previsão de ficar pronta em agosto de 2020 no caso da Linha 1 e julho de 2021, na Linha 3.
Portas de Plataforma – Concluir o comissionamento em 13 estações – 2 na L1 | 1 na L2 | 4 na L3 | 6 na L5.
Essa meta envolve o trabalho de várias empresas – a Bombardier na Linha 5, a Alstom nas linhas 1, 2 e 3 e a Kobra na Linha 3, que deve iniciar seus trabalhos nas estações Anhangabaú, Marechal Deodoro, Pedro II e Santa Cecília.
Linha 2-Verde – Emitir as Ordens de Serviços de Obras Civis para o trecho Vila Prudente–Penha – Lotes 1 a 6.
Eis uma meta já cumprida, com os canteiros sendo implementados nas últimas semanas.
Linha 4-Amarela – Concluir a Estação Vila Sônia e o Terminal Rodoviário.
Como pode ser visto, as obras da última estação da atual fase estão em bom ritmo. Segundo o Metrô, todas as escadas rolantes do terminal serão instaladas até este final de semana.
Linha 4-Amarela – Publicar Edital de Contratação das Obras Civis e Sistemas do Túnel de Ligação Paulista/Consolação.
Uma boa notícia visto que a ligação entre as duas estações continua a ser sobrecarregada, a despeito de algumas ações para facilitar os deslocamentos.
Linha 15-Prata – Publicar o Edital de Contratação das Obras Civis e Sistemas das Estações Jacu–Pêssego, Boa Esperança e Pátio Ragueb Chofhi e concluir o projeto executivo da estação Ipiranga.
As metas estão em linha com outros anúncios e informações, mas curiosamente colocam a futura estação Ipiranga num estágio mais atrasado. A intenção do governo é inaugurá-la em 2024, juntamente com Boa Esperança e Jacu-Pêssego.
Linha 17-Ouro – Concluir as Obras Civis da Estação Morumbi (CPTM).
A meta de concluir apenas a estação Morumbi parece bastante realista, porém, é de estranhar a ausência da retomada das obras civis remanescentes e da fabricação dos trens e sistemas nessa lista. Como se sabe, ambas licitações estão travadas por recursos, mas há esperança que sejam resolvidas neste ano e com isso seja possível estabelecer um prazo de entrega. Apesar disso, o governo tem voltado a prometê-la para 2022, o que é completamente irreal.
Linha 16-Violeta – Definir as diretrizes para subsidiar a avaliação técnica, econômica, financeira e ambiental por investidores do setor privado.
Revelada pelo site em 2018, a Linha 16-Violeta ganhou importância no atual planejamento a ponto de superar outros projetos como a Linha 22-Bordô ou a extensão da Linha 19-Celeste até Campo Belo. Antiga fase 2 da Linha 6, ela irá da região da Cidade Líder até os Jardins, mas seu horizonte está bem distante.
Linha 19-Celeste – Emitir a Ordem de Serviço para execução das Sondagens e Ensaios, Topografia, Mapeamento de Redes de Utilidades, Projeto Básico Civil e Sistemas em BIM.
Apesar de alguns atrasos, o Metrô está tocando esses primeiros levantamentos e projetos para permitir a licitação da Linha 19 nos próximos anos.
Linha 20-Rosa – Definir as diretrizes para subsidiar a avaliação técnica, econômica, financeira e ambiental por investidores do setor privado e contratar o Projeto Funcional.
Expandida no ano passado, a Linha 20 agora possui 28 estações e 27 km de extensão em sua concepção inicial. Como antecipado pelo site, trata-se de um projeto muito complexo e com vários desafios, cujos detalhes serão esclarecidos pelo projeto funcional. Curiosamente, o mesmo relatório revela que a prioridade do Metrô é implantar o trecho Lapa-São Judas e não o trajeto que cheará ao ABC Paulista e vendido pela autal gestão como solução de metrô na região no ano passado para o cancelamento da Linha 18-Bronze.
É importante lembrar que essa lista pode ser cumprida apenas parcialmente, ainda mais diante da conjuntura delicada provocada pela pandemia do coronavírus e que está afetando a sociedade como um todo. Planos e metas dependem de que cenários sejam mantidos, o que não é o caso agora. Ainda assim, se a companhia conseguir colocar em prática boa parte deles já será algo a se comemorar.
E a linha 6?
Esta insistente procrastinação já passou o momento de terminar, pois ao invés de se ficar anunciando múltiplas linhas coloridas de Metrô sem se concluir as expansões que já estão iniciadas e incompletas.
Nestas propostas faltou da futura grande Estação integradora Metrô CPTM da Linha 6-Laranja na Água Branca que deveria ser priorizada e antecipada sua construção.