ViaMobilidade adota simulação em realidade virtual para operadores

Novo equipamento pretende aprimorar treinamento de funcionários, diz empresa
Operador realizando a simulação em realidade virtual (Jean Carlos)
Operador realizando a simulação em realidade virtual (Jean Carlos)

A ViaMobilidade, operadora das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, passou a adotar nas últimas semanas o uso de simuladores de trens que utilizam a tecnologia de realidade virtual. O equipamento deverá contribuir na formação e reciclagem de operadores.

O site foi convidado a acompanhar a novidade e inclusive a realizar uma viagem simulada no trecho entre as estações Pinheiros e Cidade Jardim, roteiro que atualmente é utilizado nos treinamentos.

Funcionamento

Os simuladores de trens têm sido usados com frequência na formação dos condutores ferroviários. As principais empresas de transporte sobre trilhos geralmente possuem equipamentos dedicados que podem emular as viagens ferroviárias e as diversas nuances técnicas.

O simulador adquirido pela ViaMobilidade utiliza a realidade virtual através de um óculos especial e dois controles de mão. O treinando poderá realizar funções essenciais como acelerar, frear, abrir e fechar portas da composição.

Óculos de realidade virtual e controles de mão (Jean Carlos)

O ambiente também consegue simular outros elementos importantes como a sinalização, aparelhos de mudança de via e os equipamentos de bordo que existem dentro da cabine do trem.

Segundo Sergio Ferreirinho, CEO da Waba, desenvolvedora do simulador, “é possível interagir com os equipamentos, apertar os botões e realizar todos os processos que fazem parte do dia a dia, como dar partida, conduzir o trem pelas estações, frear e ter a experiência de todas as eventualidades que podem surgir pelo caminho, como uma parada de emergência, simulação de entrada e saída de passageiros, entre outras”.

Experiência

Durante a demonstração tivemos uma experiência em primeira mão do novo simulador. Antes de começar a conduzir, um funcionário da ViaMobilidade preparou o trem para que estivesse propício para as atividades.

Ao colocar os óculos e os controles em mãos a experiência torna-se completamente imersiva. Os movimentos da cabeça olhando para os lados, para cima e para baixo são reproduzidos de forma muito realista.

O primeiro desafio é se acostumar com o comando das mãos. O controle permite a movimentação das mãos de forma variada com o controle do polegar, dedo indicador separadamente e do restante dos dedos em conjunto. Essa combinação permite grande versatilidade de ações.

Para comandar o trem é necessário empurrar o manípulo para frente. Neste momento é possível reparar na sensação de profundidade quando se estica a mão no mundo real a fim de reproduzir o movimento no mundo virtual.

A movimentação do trem é bastante realista com uma percepção completa do trecho. Ao parar nas estações é possível sentir o controle de mão reagindo com a desaceleração da composição. A frenagem foi bem sucedida, mas requer bastante atenção e foco.

O apertar dos botões funcionava de boa forma. Os comandos eram responsivos e apresentavam com fidelidade as ações na cabine. A “viagem” prosseguiu até a estação Pinheiros sem nenhuma intercorrência.

Ao término do trajeto foi possível mergulhar no universo virtual e conferir o ambiente tridimensional. Tudo foi feito com bastante cuidado, simulando com precisão o painel da composição, o banco, as portas, retrovisores e painel de botões na parte superior.

Expectativa

“Decidimos implementar esta tecnologia em prol do conforto e da segurança dos passageiros, que são prioridades da concessionária desde quando assumimos a operação das linhas”, explicou o gerente executivo de atendimento da ViaMobilidade Linhas 8 e 9, Hamilton Trindade.

A ideia é de que os operadores de trem possam utilizar a nova ferramenta antes de iniciar os trabalhos de condução no trecho. Essa é uma forma de manter os procedimentos operacionais reforçados antes do início pleno do serviço.

Simulação ocorre na nuvem através de conexão com a internet (Jean Carlos)

O simulador não requer um hardware específico (console) para a execução do software, uma vez que todas as aplicações são processadas na nuvem, sendo necessário apenas um computador e uma conexão com a internet.

Para os futuros condutores, a ferramenta permitirá agilizar as dinâmicas de treinamento, uma vez que o equipamento pode ser deslocado entre as diversas bases da empresa. Ao todo foram adquiridos cinco equipamentos que deverão estar alocados nas bases de Barra Funda e Osasco.

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