A Linha 14-Ônix de VLT deverá ser construída ao longo da próxima década por meio de uma concessão patrocinada. A demanda para o novo ramal, segundo os últimos estudos, será de 228 mil passageiros por dia em seu auge, bem abaixo dos 660 mil previstos nos estudos da CPTM.
O projeto da Linha 14-Ônix vem sendo trabalhado há vários anos pela CPTM. Em sua versão mais recente, a estatal optou pela introdução de trens pesados, como ocorre com o restante da malha da empresa.
Isso possibilitaria a interoperabilidade entre os ramais existentes e o compartilhamento de estruturas entre os trechos. Dado o fato de que os trens seriam maiores e com mais capacidade, o fluxo de passageiros também aumentaria consideravelmente no trecho entre Guarulhos e Santo André.
A opção por VLT, adotado nos estudos da Secretaria de Parcerias em Investimentos, teve como principal foco uma redução de escopo para adequação do CAPEX (capital de investimento). O projeto de trem pesado seria pelo menos duas vezes mais custoso do que o VLT, dada o tamanho de estações, robustez das estruturas e a completa segregação dos trechos.
A análise de demanda foi realizada pelo consórcio de empresas formada pela Addax, Mcrit, Oficina e Iber-Geo que determinaram, diante das novas condições operacionais, a demanda futura do trecho que ligará Guarulhos ao ABC.
Foram calculados cenários para os anos de 2030, 2035, 2040, 2045 e 2050. A Linha 14-Ônix foi dividida em quatro fases de implantação. Para melhor facilitar o entendimento, o site vai separar a demanda da linha conforme sua expansão.
Fase 1 (2030) – Hospital Santa Marcelina à Hospital Jardim Helena
Na primeira fase foram implantadas sete estações dando maior foco na integração entre as linhas 11 e 12 da CPTM nas estações Itaquera e São Miguel Paulista, respectivamente.
A demanda projetada para o fase 1 será de 79,1 mil passageiros por dia. A maior estação será São Miguel Paulista que receberá 24,7 mil passageiros diariamente.
O carregamento crítico será de 3,1 mil passageiros por hora no trecho entre Hospital Jardim Helena e São Miguel Paulista.
Fase 2 (2035) – ABC à Hospital Jardim Helena
Na segunda fase serão implantadas mais oito estações contemplando a ligação entre Hospital Santa Marcelina e ABC, integrando-se com as linhas 10 e 15 nas estações ABC e Sapopemba respectivamente.
A demanda projetada para a fase 2 será de 173,6 mil passageiros diários. A maior estação do trecho será Itaquera com demanda de 22 mil passageiros atendidos por dia.
O carregamento crítico do trecho será de 5,1 mil passageiros por sentido no horário de pico no sentido ABC a partir da estação Parque do Carmo.
Fase 3 (2040) – ABC à Bonsucesso
Na terceira fase será realizada a construção de três novas estações em Guarulhos, permitindo a integração com a Linha 13-Jade na Estação Bonsucesso.
A demanda projetada neste período será de 201,7 mil passageiros por dia. Destacam-se as estações Itaquera e São Miguel Paulista com demandas acima de 25 mil passageiros por dia.
O carregamento crítico no horário de pico será de 5,8 mil passageiros no sentido ABC a partir da Estação Hospital Jardim Helena.
Fase 4 (2045) – Jardim Irene à Bonsucesso
Na quarta e última fase do empreendimento a Linha 14-Ônix ganhará mais quatro estações. A demanda máxima será de 228,4 mil passageiros por dia. Não haverá novas integrações.
No cenário de maturação as estações com maior destaque são ABC, Sapopemba, Itaquera e São Miguel Paulista com demandas entre 19 mil e 26 mil passageiros por dia.
Os trechos críticos estão no sentido Jardim Irene, onde três regiões registram carregamento superior a 5 mil passageiros por sentido na hora pico. As demandas se mostram maiores nas estações Hospital Jardim Helena, Parque do Carmo e Sapopemba.
Distorções no estudo
O estudo de demanda estabelece algumas projeções aparentemente irreais ou distorcidas em relação a algumas estações. Damos destaque a três estações: Jardim Irene, Macedo Soares e Pimentas.
Jardim Irene possui uma demanda classificada como nula. Segundo o relatório, a estação só tem desembarques da ordem de 1.593 passageiros e nenhum embarque.
A Estação Macedo Soares é outro caso peculiar. O estudo registra demanda de 202 passageiros que embarcam e 620 que desembarcam nesta estação.
Um dos casos mais estranhos é o da Estação Pimentas. Com uma demanda de zero passageiro, a estação recebe uma quantidade baixa de desembarques, 1.088 passageiros por dia. Considerando a presença de um terminal de ônibus e a região densamente povoada, o estudo de demanda está totalmente equivocado.
Existem muitos fatores que influenciaram a redução de demanda da Linha 14-Ônix de VLT. Desde a escolha do modal até sua concepção geral. Os estudos, por sua vez, precisam ser melhor refinados para se aproximar da realidade futura deste novo trecho.
eu estarei com 60 anos daqui 20 anos e essa linha não vai ter chegado em Santo André.
a demanda de transporte público usando trens e metrô é enorme, e os prazos maiores ainda. uma vergonha.
Essas linhas de trem para toda grande SP estão muito atrasadas, mas que venham algum dia. No seu texto parece que será em breve; eu não seria tão otimista, eu diria para as próximas decadas., século, poderia acontecer logo se no nosso país não roubassem,e superfatussassem os custos.
Como pode um estudo de demanda apontar 650 mil passageiros e outro 200 mil??? Algum está completamente errado, muito provavelmente esse mais recente. A Secretaria dos Transportes Metropolitanos e a CPTM possuem um corpo técnico com décadas de experiência e know how, contra um bando de aventureiros e privatistas dessa nova secretaria, que lida com projetos importantíssimos a toque de caixa.
Cara, é tanto anuncio de linhas de metrô, de trem, de VLT, de metrô de superfície, de trem intercidades, e tantas outras maravilhas! que perdeu a credibilidade! já estamos no segundo deste Vendedor, e a única coisa que ele fez foi vender a preço baixo a Sabesp, mesmo sendo ultra lucrativa! Eles não sabem gastar desenvolvimento, sabem entregar como se fosse venda!
Prova de que a secretária das privatizações está comandando o transporte por trilhos, e com eles, nada é pensado para o passageiro, tudo é pensado para o operador privado. A STM virou uma secretária morta, praticamente sem voz nenhuma no planejamento do transporte por trilhos.